ISBN: 978-85-63552-05-1
Título | Desterrados em nossa própria terra: Cinema brasileiro contemporâneo e a representação do outro |
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Autor | Carlos Adriano Ferreira de Lima |
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Resumo Expandido | A célebre assertiva de Sérgio Buarque de Holanda: "somos desterrados em nossa própria terra", incomoda por nos lembrar uma dura realidade. Esse sentimento de não-pertencimento a lugar algum, e, uma espécie de empatia pelo estrangeiro, estão mais que presentes na cinematografia brasileira. Tal perspectiva é perceptível no tocante a questão sobre o eu/outro constante na produção cinematográfica brasileira contemporânea.
Para tanto, os filmes escolhidos para nossa discussão são: Como nascem os anjos (1996) de Murillo Sales, Terra Estrangeira (1996) de Walter Salles e Daniela Thomas, O que é isso, companheiro? (1997) de Bruno Barreto, O príncipe (2002) Ugo Giorgetti, Amélia (2000) de Ana Carolina Teixeira Soares e por fim, Hans Staden (1999) de Luis Alberto Pereira, este último que se utiliza do relato autobiográfico homônimo, como fonte do roteiro para narrar a “aventura” do personagem alemão no Brasil século XVI, em franca oposição aos nossos antepassados indígenas. Tais filmes, em que personagens estrangeiros são, em sua maioria, epicentros das suas narrativas, nos fazem perceber a relação de estranhamento entre o eu/estrangeiro e o outro/nacional, exceto, Terra Estrangeira e Amélia que figuram em nossa discussão por seguirem caminhos aparentemente diversos dos anteriores, contudo a discussão da alteridade está mais que presente nos mesmos. Assim, buscamos analisar que representações os filmes fazem dos personagens, em especial, nessa complexa relação de alteridade com o estrangeiro. Nossos referenciais teóricos para tal discussão são do ponto de vista da alteridade, Tzvedan Todorov e Sergei Gruzinski e, no tocante a metodologia, Carlo Ginzburg e Mark Carnes. Relativo ao cinema brasileiro , dialogamos, em especial, com os textos de Ismail Xavier, Cléber Eduardo, Luiz Zanin Oricchio e Lúcia Nagib. A relevância dessa discussão prende-se ao reconhecimento da importância cultural do cinema nas sociedades contemporâneas e nossa preocupação com a representação do outro em espetáculos cinematográficos. Interessa-nos, pois, os termos em que tais produções dialogam com a sociedade e seu lugar na constituição de cultura histórica na contemporaneidade. |
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Bibliografia | CAETANO, Daniel (org.) Cinema Brasileiro 1995-2005: Ensaios sobre uma década. Rio de Janeiro, Azougue, 2005.
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