ISBN: 978-85-63552-05-1
Título | Cultura Visual Piauiense: Cidade e Modernidade nas Produções Audiovisuais do Grupo Mel de Abelha |
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Autor | Rosa Edite da Silveira Rocha |
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Resumo Expandido | Os principais movimentos cinematográficos do Brasil e do mundo foram, também, influenciadores da arte em cada região. Eles fizeram história, seguiram caminhos em paralelo com as demais expressões artísticas e, algumas vezes, se mostraram essenciais para o desenvolvimento da arte. O Cineclubismo, por exemplo, teve seus primeiros adeptos no Brasil por volta de 1930. No Piauí, ele surgiu apenas em 1968, quando iniciaram discussões e práticas cinematográficas. Em meio às poucas condições estruturais, grupos de jovens, advindos do Cineclube Teresinense, buscaram interpretações pessoais e construções que refletissem suas posições políticas e ideologicas que incursionam diversos significados. Deste meio produtivo saíram cineastas com interesse na ampliação das produções locais. Nessa perspectiva, surgiu o grupo Mel de Abelha. Vistos como responsáveis por um segundo momento do cinema piauiense, os jovens deste grupo passaram a trabalhar com aspiração de profissionalização da arte.
No período de 1978 a 1985, o Mel de Abelha produziu sete filmes: “Povo Favela” (1978), “Pai Herói” (1980), “Relógio do Sol” (1981), “Espaço Marginal” (1981), “O Pagode de Amarante” (1983), “Dia de Passos” (1984) e “Da Costa e Silva” (1985). Em todos, a principal característica é uma representação de cidades piauienses. Valderi Duarte, Lorena Rego, Dácia Ibiapino, Luis Carlos Sales e Socorro Melo, fundadores do Grupo, mais do que desvendar ou representar a cidade, pretendiam construir imageticamente conceitos dos ambientes apresentados. A cidade retratada pelo Grupo aparece nas imagens construídas a partir dos seus múltiplos olhares. Segundo Pesavento (2007), a cidade é objeto da produção de imagens e discursos que se colocam no lugar da materialidade e do social e os representam. São imagens que criam significados e sentidos ao espaço e ao tempo, além de apresentar discursos construídos "na" e "sobre" a cidade. O cotidiano local, nas produções do “Mel de Abelha”, tem tendência crítico-social por mostrar uma Teresina pobre, escura, suja; trabalhos que apresentam o estereótipo negativo comum às cidades periféricas. Porém, no início da década de 80, a capital piauiense não era apenas pobreza e miséria. No desenvolvimento deste projeto algumas questões teóricas são importantes para nortear: qual o papel das representações técnicas audiovisuais no processo de modernização de Teresina? Como são negociadas as questões culturais e as especificidades das narrativas que envolvem a cultura visual naquele momento? O objetivo central desta pesquisa é analisar como ocorrem as formas de apropriação de instrumentos técnicos de produção visual para representar a cidade de Teresina, pela perspectiva do Grupo Mel de Abelha, no período de 1978 a 1985. Pretende-se investigar os discursos imagéticos destas produções audiovisuais locais cujo foco principal era um momento em que o capitalismo crescente produzia problemas que chegavam a diversas cidades que se encontravam às “margens” deste mesmo capitalismo. |
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Bibliografia | BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica. in: Obras Escolhidas. Vol. 1. São Paulo: Brasiliense, 1994.
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