ISBN: 978-85-63552-05-1
Título | Audiovisuais na WEB: cenários contemporâneos para se pensar espaço, tempo e memória |
|
Autor | Ana Claudia da Cruz Melo |
|
Resumo Expandido | Cada vez mais a WEB torna possível que se produza e disponibilize relevante memória audiovisual. Isto vem se dando de diversas formas. Uma delas por meio de sites que surgem permitindo o acesso a filmes raros. Estes espaços nos colocam diante de verdadeiros catálogos, onde é possível encontrar filmes de diversas nacionalidades, com até um século de existência, segmentados por gêneros, como comédia, drama, horror, guerra, musicais, suspense, western.
Junto com esse resgate da memória do cinema, é possível constatar o crescente interesse seja para se ter acesso a arquivos ou para se produzir e disponibilizar audiovisuais na WEB. Esse novo capítulo da história audiovisual relacionado à WEB também pode ser percebido por meio dos recursos que os vídeos online vêm movimentando. De acordo com dados da Bernstein Research, o investimento, em 2007, no setor foi US$ 1,65 bilhão. Mas a projeção é que este número continue crescendo e chegue a US$ 9,96 bilhões, em 2012. Em 2009, estima-se que o crescimento seja 45% superior ao de 2008. Mas o que acontece quando outra mídia surge, convergindo audiovisuais, criando novos produtos ou dando acesso a memórias da própria TV e do cinema, como é o caso da WEB, na internet? O que muda em relação ao tempo e a própria forma de compreender a memória? São virtualidades, portadoras de devires, que se movimentam sempre em direção de atualizações? São espaços capazes de comportar tantos outros espaços que acumulam em si tempos e memórias? Para refletir sobre o espaço, o tempo e a memória na WEB propomos duas ações. Como ponto de partida, traçar o cenário da produção e disponibilização de produtos audiovisuais neste espaço da internet. Nesse sentido, apresentaremos algumas alternativas de sites norte-americanos que pertencem a empresas que buscam filmes com status de domínio público com intuito de digitalizá-los. A partir deles, as possibilidades de filmes e gêneros já disponíveis na WEB, inclusive, do período anterior aos longas-metragens e de produções que marcaram a história do cinema e da televisão. Também buscaremos identificar fatores que nos ajudem a refletir sobre as potencialidades dos audiovisuais, considerando os espaços para vídeos nos portais UOL, a associação do You Tube com diversos Grupos de Comunicação do País para levar para a WEB parte da memória de outras mídias, além da entrada, neste segmento, de grupos de mídia tradicionais do meio impresso interessados na produção de vídeos diários. A partir deste cenário, a segunda ação terá como meta apresentar subsídios teóricos que permitam refletir acerca do espaço, do tempo e da memória audiovisual, neste momento, em que a internet nos coloca diante de novas realidades e acena para mais transformações em um futuro próximo. Para isso, problematizaremos esse cenário a partir de dois conceitos, o de “duração” de Bergson (2006) e o “de espaços outros”, de Foucault (2001) e, até certo ponto, buscaremos contrapô-los. A partir de uma perspectiva do conceito de “duração”, a hipótese de trabalho é de que, na WEB, estaríamos diante de uma espécie de sucessão de estados de mudança, em continuidade, a “elaboração contínua do absolutamente novo” (2006, p. 08). Em Foucault, traremos tempo e a memória audiovisual na WEB a partir da perspectiva heterotópica e heterocrônica. Segundo Foucault, esta é uma época da simultaneidade, da justaposição, do próximo e do remoto, do lado a lado e do disperso. Assim, o que estaria em questão na WEB seria a possibilidade de acumulação de vários espaços e tempos. Esses tempos (heterocronia) e espaços (heterotopia) seriam despertadores de memórias. |
|
Bibliografia | BERGSON, Henri. Memória e Vida. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
|