ISBN: 978-85-63552-05-1
Título | Programas televisivos de animação para exibição nacional e internacional |
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Autor | Iara Sydenstricker |
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Resumo Expandido | A partir de proposta de série de animação infantil para TV premiada pelo Ministério da Cultura no final de 2007, o trabalho discute a relação entre dramaturgia e técnicas de animação - até o momento pouco sedimentadas na tradição brasileira dos programas de animação - reflete sobre estratégias de serialização semanal num país onde a telenovela diária ainda é a referência da ficção “fatiada” e explora o romanesco, a aventura como meios para alcançar públicos de distintas culturas. O que faz de um programa telenovela, minissérie ou série? Como definir o fôlego de um programa que se quer de longa duração, com três, cinco ou dez temporadas? Como um programa brasileiro de animação para crianças pode conquistar espaço cativo nas grades televisivas nacionais e estrangeiras em meio a ofertas de filmes de animação realizados por empresas como Pixar e Dream Works? Quais conteúdos exibir numa série infantil para crianças de diversos países? Como elencar temas e questões comuns ao público ao qual se pretende atender?
Tendo como ponto de partida a idéia de que a dramaturgia é um dos mais importantes alicerces dos programas audiovisuais de ficção, não importando para qual veículo ou técnica se destine, a proposta da série visa estabelecer com o público alvo vínculos afetivos que permitam inserir seus personagens semanalmente no âmbito familiar, como se fossem visitantes que trazem o romanesco para dentro de casa, abrindo perspectivas para o sonho, a fabulação e a fantasia e não exclusivamente para o entretenimento. Considerando-se que em seu desenvolvimento a criança vive um processo de interação entre seu corpo biológico e o meio ambiente que a rodeia, o programa busca trazê-la à reflexão de forma divertida, lúdica, mas também responsável. Busca-se, aqui, valorizar a diversidade como forma de enriquecimento do tecido social, de ampliação das experiências existenciais da criança e de descoberta de suas competências para lidar com o outro, iluminando questões ligadas à nossa brasilidade - ainda tão raras nas atuais séries de animação - mas também ao que há de comum em qualquer criança em fase de socialização. A televisão ocupa, no âmbito doméstico, lugar de destaque, permitindo ao telespectador “zapear” entre uma enorme variedade de atrações. Por isso mesmo, faz do telespectador “um ser fundamentalmente instável, donde a necessidade, para retê-lo e interessá-lo, de um espetáculo muito mais nervoso que aquele da versão cênica” (Pavis, 1999). A televisão, espécie de híbrido formado pelo teatro, pelo cinema e pelo rádio, oscila entre ser generosa e cruel para com seus realizadores, incluídos nesse rol autores, atores, diretores, técnicos e toda a gama de profissionais que a produzem. Ao ligar seu aparelho, o telespectador quer ser seduzido, “fisgado”, quer interessar-se instantaneamente. Em poucos minutos devem-se estabelecer os parâmetros que norteiam o programa em exibição. A televisão não aceita prefácios, notas de rodapé ou erratas e raras vezes ocupa uma sala especial de exibição e, por isso, seus programas devem ser apresentados de forma rápida e competente, sob o risco de serem substituídos a qualquer momento. |
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Bibliografia | ECO, Umberto. Obra Aberta. São Paulo: Perspectiva, 1991.
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