ISBN: 978-85-63552-05-1
Título | Construindo uma cinemateca na Capital da República: os primeiros anos da Cinemateca do MAM-RJ |
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Autor | José Luiz de Araujo Quental |
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Resumo Expandido | Em 07 de julho de 1955, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na cidade do Rio de Janeiro, ocorria a primeira sessão de cinema promovida pelo setor cinematográfico do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Criado a partir da iniciativa do crítico Antônio Moniz Vianna e de Ruy Pereira da Silva o departamento de cinema do MAM teria um rápido desenvolvimento e dois anos depois passaria a se denominar Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Nestes primeiros anos a Cinemateca do MAM realizou uma série de atividades que lhe proporcionaram uma ampla projeção cultural e criou condições de se estruturar institucionalmente. Foram realizadas diversas mostras, retrospectivas e avant-premiers que tiveram uma enorme acolhida pela sociedade carioca e que permitiu um maior desenvolvimento da cultura cinematográfica na cidade. Toda uma geração ávida por conhecer o cinema e sua história pode acessar, em primeira mão, as principias obras da cinematografia mundial. O Festival A História do Cinema Americano (1958) e o Festival A História do Cinema Francês (1959) - os dois primeiros de uma série de grandes festivais organizados pela Cinemateca do MAM - são grandes exemplos deste primeiro momento. Para realizá-los Ruy Pereira da Silva e Antônio Moniz Vianna empreenderam uma viagem pelos EUA e Europa para recolher filmes e apoio para a nova Cinemateca. O sucesso da viagem pode ser notado na qualidade, na quantidade e na gama de apoios recebidos em ambos os festivais e também no contato iniciado com a Federação Internacional de Arquivos de Filmes (FIAF) que resultaria na filiação da Cinemateca à entidade. Foi ainda por ocasião do Festival a História do Cinema Francês que a Cinemateca do MAM recebeu a doação de um lote de filmes clássicos da Cinemateca Francesa. Estes seriam os primeiros filmes da coleção da instituição. Como resultado destes primeiros anos de intensas atividades, a Cinemateca passaria a ser vista como um espaço fundamental na formação de novas gerações de cineastas, críticos e cinéfilos. Aos poucos se tornaria uma referência (ao lado da Cinemateca Brasileira em São Paulo) tanto na preservação de filmes como na divulgação de uma cultura cinematográfica. Para citar um exemplo mais óbvio, o Cinema Novo entende a Cinemateca do MAM como um lugar central na construção identitária do grupo. Segundo David Neves:“Como nasceu esse movimento? De forma espontânea, natural e algo complexa. Pode-se dizer que seu núcleo central organizou-se de um grupo de jovens idealistas que se reunia nas sessões semanais da Cinemateca do Museu de Arte Moderna. (...) O Cinema Novo progrediu de forma inorgânica e hoje (1966) começa a produzir frutos verdes de ontem. Seus membros, sobretudo os daquelas sessões semanais da Cinemateca, continuam unidos e à frente do movimento. O Cinema Novo também é uma fraternidade."(NEVES, 2004) Neste sentido, o objetivo deste trabalho é apresentar uma reflexão sobre os primeiros anos de atividade da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e seu impacto na sociedade brasileira e no campo do cinema em particular. Acreditamos que naquele momento estavam sendo discutidas e disputadas idéias e posições que seriam essenciais na definição das linhas centrais de atuação da instituição nas décadas seguintes. |
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Bibliografia | CORRÊA JR. Fausto Douglas. Cinematecas e Cineclubes: Cinema e política no projeto da Cinemateca Brasileira (1952/ 1973). Dissertação (mestrado) UNESP/Assis, 2007
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