ISBN: 978-85-63552-05-1
Título | Linhas que se cruzam: a historiografia dos primórdios e a idéia de cinema brasileiro |
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Autor | Roberto Marchon Lemos de Moura |
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Resumo Expandido | Uma historiografia produzida inicialmente por jornalistas e cinéfilos - quase nunca por historiadores de formação - e depois por nós, professores-pesquisadores dos departamentos universitários de cinema, gente com diversas formações - comunicação, sociologia, história, filosofia, etc.-, alguns trazendo a experiência de realização de audiovisuais. Assim, uma atividade coletiva em que, irregularmente, vamos nos complementando, e eventualmente polemizamos e retificamos, de preferência com bons modos, informações e compreensões dos textos anteriores.
Essa comunicação observa como os relatos produzidos sobre os primórdios do cinema no Brasil por diversos pesquisadores, desde os anos 1950 até hoje, e as avaliações e concepções de seus autores, particularmente sobre o ciclo extraordinário e precoce que ficou conhecido como “a Bela Época”, tem repercutido de forma evidente, como de forma enviesada e obscura, na concepção de um cinema nacional no Brasil. Assim, faremos uma releitura das sucessivas abordagens àquele momento emblemático, certamente anterior a qualquer conceituação da atividade cinematográfica como nacional, mas quando concretamente se iniciava uma tradição com os filmes que passam a ser realizados regularmente na capital. Inicialmente, nos voltamos para a abordagem dos primórdios: 1. nas primeiras histórias do cinema brasileiro, produzidas por Alex Viany e depois por Paulo Emílio e Adhemar Gonzaga; 2. nos primeiros textos voltados especificamente sobre aqueles primeiros anos, o livro de Vicente de Paula Araújo publicado em 1976, A Bela Época do cinema brasileiro, e os dois números do Guia de Filmes prefaciados por Maria Rita Galvão, publicado em 1984 pela Embrafilme sobre os filmes produzidos respectivamente entre 1897-1910 e 1911-1920 – fontes básicas e ainda insuperadas sobre o tema -, no texto por mim escrito– A Bela Época (primórdios-1912) - para o módulo primeiro da História do Cinema Brasileiro publicada em 1987, organizada por Fernão Ramos, e no livro de 1995 de Jean-Claude Bernardet Historiografia clássica do cinema brasileiro – observando como a compreensão da Bela Época vai repercutindo sobre as concepções sobre o cinema brasileiro num país que atravessa bruscas mudanças políticas, exigindo uma constante renovação das concepções ideológicas sobre as circunstâncias passadas e presentes da atividade cinematográfica, e particularmente de seu momento inaugural, articulação essa que já se explicita de forma direta no último livro. O interesse central da comunicação, entretanto, volta-se para o desdobramento dessa tensão entre a abordagem dos primórdios e as concepções de cinema nacional nos trabalhos contemporâneos, quando analisaremos, então, três trabalhos recentes, Imagens do Passado publicado em 2003 por José I. M. Souza, e dois trabalhos de 2008, o livro O som no cinema brasileiro de Fernando Morais da Costa e o artigo Reinventando o conceito de cinema nacional de Fernando Mascarello. |
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Bibliografia | ARAÚJO, Vicente de Paula. A bela época do cinema brasileiro. SP: Perspectiva, 1985.
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