ISBN: 978-85-63552-06-8
Título | Apontamentos para uma historia das transformações da exibicao |
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Autor | André Piero Gatti |
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Resumo Expandido | A historia do cinema no Brasil tem data de nascimento. O acontecimento se deu com a realização da primeira exibição, em 08 de julho de 1896, na rua do Ouvidor, n. 57, na cidade do Rio de Janeiro. Este e’ o marco zero cinematográfico brasileiro. Como se pode notar, o cinema aqui se iniciou pela sua ultima ponta: a exibição de filmes, no caso, importados dos países centrais do capitalismo monopolista. Em boa parte, devido a esta realidade, o desenvolvimento da industria local veio a acontecer de uma maneira relativamente assimétrica entre os vários ramos que integram a atividade. O que se presenciou foi o fato de que o setor comercial - a distribuição e exibição - passou a deter as rédeas da economia e da circulação do filme em solo pátrio. Portanto, desde o seu surgimento, as salas de cinema tem sido invadidas por filmes estrangeiros de todas as procedências indiscriminadamente.No que diz respeito a origem econômica das salas de cinema, estas sempre pertenceram `as empresas de capital nacional. Ainda que os exibidores, em sua maioria, fossem imigrantes que viam na exibição uma forma de ascensão social . Quando o circuito veio a se consolidar houve algumas exceções, mas nada que se compare ao que se vê no presente momento,. Hoje empresas transnacionais do setor passaram a agir de maneira decisiva no ambiente econômico local. Contudo, sob o ponto de vista, histórico, o pesquisador pode identificar uma aliança entre distribuidores e exibidores de filmes importados. Estes dois segmentos foram os elementos que definiram o perfil do mercado das salas comerciais e, consequentemente, da industria cinematográfica no Brasil.
A aliança entre distribuidores e exibidores trata-se da principal característica da trajetória do cinema no Brasil. Entretanto, foi o setor de exibição comercial aquele que se expandiu de maneira capilar por todo o território nacional. O mesmo nao se pode afirmar em relação aos outros ramos da industria cinematográfica, como a produção e a distribuição, por exemplo. Estes dois segmentos ficaram acantonados de maneira regional, pois, raramente conseguiram ocupar espaços significativos em dimensões nacionais. A distribuição de filmes estrangeiros abocanhou o mercado através das empresas de exibição e nao por uma ação direta delas propriamente dita. |
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Bibliografia | ARAUJO, Vicente de P. A bela época do cinema brasileiro. Sao Paulo: Perspectiva, 1975.
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