ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | O cinema olha para si |
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Autor | Leonardo Bomfim Pedrosa |
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Resumo Expandido | O objeto da pesquisa é o cinema que pensa a si mesmo. Estudar como a trajetória do cinema, a partir da multiplicidade de auto-reflexões, é colocada nas obras. Como sintetiza Andrade (1999, p. 15): “o cinema tinha apenas seis anos e já olhava para si mesmo, surpreendendo-se com a possibilidade de se auto-retratar diante do público”. O filme citado por Andrade é o curta-metragem O Caipira e o Cinematógrafo (The Countrymen and the Cinematograph, 1901), de Robert. W. Paul. A partir de então, o cinema sempre fez questão, ou melhor, precisou olhar para si. E fez isso das mais variadas formas, ora como emblema do antiilusionismo (Dziga Vertov e todos os herdeiros do cinema moderno), ora como a automitificação de diversos filmes de Hollywood (que acabou respingando no cinema europeu também, vide A Noite Americana (La Nuit Américaine, 1973) de François Truffaut, ora como lamentações sobre a impossibilidade do cinema (exemplos dos pessimistas dos anos 1980 com a chegada do digital). O cinema olhou para si de várias formas. Construir o diálogo entre as obras e estudar a evolução dos pensamentos em relação ao cinema será de enorme importância para a pesquisa.
Como principal objetivo, portanto, há o estudo da trajetória do cinema através dos filmes escolhidos. A questão norteadora é importante: de que forma os filmes sobre o cinema olham para o próprio cinema? Será que esses filmes auto-reflexivos dão conta das transformações ocorridas no cinema ao longo do século XX? Portanto, o grande propósito dessa pesquisa é encontrar, a partir dos filmes selecionados, respostas para as principais questões que acompanharam a história do cinema, como as diversas interrogações a respeito do cinema moderno, as inquietações diante da impressão de realidade, a relação entre filme e espectador, etc. Para possibilitar a realização da pesquisa, a proposta é dividi-la em quatro grandes capítulos que organizam momentos importantes da história do cinema. A divisão não é arbitrária, o referencial teórico será a obra de Jacques Aumont, sempre preocupada em estudar (e por vezes questionar) a trajetória do cinema do surgimento do cinematógrafo até o cinema contemporâneo. Portanto, os quatro capítulos propostos (e as obras selecionadas para a pesquisa) a partir da obra de Aumont serão: 1 – O Cinema Clássico • O Caipira e o Cinematógrafo (The Countryman and the Cinematograph, 1901), de Robert W. Paul • Sherlock Jr. (Sherlock Jr., 1924), de Buster Keaton • Um Homem com uma Câmera (Chelovek s kino-apparatom, 1929), de Dziga Vertov • Hollywood (What Price Hollywood?, 1932), de George Cukor • Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950), de Billy Wilder 2 – O Cinema Moderno • Belíssima (Belissima, 1951), de Luchino Visconti • Desprezo (Le Mépris, 1963), de Jean-Luc Godard • 8½ (8½, 1963), de Federico Fellini • Na Mira da Morte (Targets, 1967), de Peter Bogdanovich • Cuidado com a Puta Sagrada (Warnung vor Einer Heilegen Nutte, 1971), de Rainer Werner Fassbinder 3 – A Morte do Cinema • Amador (Amator, 1979), de Krysztoff Kieslowski • Blow Out – Um Tiro na Noite (Blow Out, 1981), de Brian De Palma • Paixão (Passion, 1982), de Jean-Luc Godard • O Estado das Coisas (Der Stand der Dinge, 1982), de Wim Wenders • Sexo, Mentiras e Videotape (Sex, Lies and Videotape, 1989) de Steven Soderbergh 4 – O Cinema Contemporâneo • As Cento e uma Noites (Les cent et une nuits de Simon Cinéma,1995), de Agnès Varda • Cinco (Five Dedicated to Ozu, 2003), de Abbas Kiarostami • Sempre Bela (Belle Toujours, 2006), de Manoel de Oliveira • A Viagem do Balão Vermelho (La Voyage du Ballon Rouge, 2007), de Hou Hsiao-hsien • Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds, 2009), de Quentin Tarantino |
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Bibliografia | AGAMBEN, Giorgio. O que é contemporâneo? Chapecó: Argos, 2009
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