ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | Josefina Jordán: transgressões de gênero no Nuevo Cine Latinoamericano |
|
Autor | Marina Cavalcanti Tedesco |
|
Resumo Expandido | A realizadora venezuelana Josefina Jordán é uma figura única dentro do Nuevo Cine Latinoamericano. Não por ter sido uma das cineastas mulheres que fizeram parte de tal movimento (e que, a despeito da grande invisibilidade que as cerca, foram muitas). O que a singulariza, de fato, são as transgressões de gênero contidas em suas obras e trajetória.
Em 1959, Josefina, então militante de um partido comunista, compra, com seu marido Jacobo Borges, uma câmera cinematográfica. Após aprender a operá-la, passa a registrar de modo constante protestos e manifestações de esquerda, em especial aqueles que ocorriam em Caracas. Uma mulher operadora de câmera – ainda mais em situações de risco – era algo raríssimo para a época, inclusive nos lugares onde a indústria audiovisual era bem mais expressiva que a latino-americana, como Europa e Estados Unidos. Camila [Loboguerrero, cineasta colombiana] sufrió discriminación en ese sentido cuando en 1970 fue admitida al presentar todos los requisitos para realizar una serie de cursos de cámara en la Televisión Francesa; sin embargo, cuando se dieron cuenta de que era una mujer, dijeron que no podían aceptarla porque eso de ser cameraman, como su nombre lo indicaba, era sólo para hombres. Tuvo que hacer entonces un curso de montaje (RÍOS; GÓMEZ, 2002: 247). Cabe destacar que isso ocorre 21 anos depois de Josefina Jordán ter iniciado suas atividades. No começo da década de 1960, ela estabelece contato com os cineastas do Instituto Cubano del Artes e Industria Cinematográficos (ICAIC) e passa a enviar seu material para ser exibido nos Noticieros ICAIC. Estes laços lhe rendem um convite para estudar cinema na ilha em 1962, com nomes como Santiago Álvarez e Joris Ivens. Ainda nos anos 1960, funda, com Jacobo Borges e outras pessoas, o Grupo Cine Urgente, que captava e projetava materiais audiovisuais nas zonas menos favorecidas de Caracas. Apesar de ter filmado muito, este coletivo consegue finalizar apenas três médias-metragens, sendo dois deles, Sí podemos (1972) e María de la Cruz, una mujer venezolana (1973), codirigidos por Josefina Jordán e Franca Donda (uma laboratorista italiana radicada na Venezuela e que fazia parte, junto com Josefina, de Mujeres Socialistas, a organização de mulheres do partido Movimiento al Socialismo). Si, podemos es sin lugar a duda la película más política producida hasta hoy en nuestro país. Lo es porque está concebida con claridad en relación al público que quiere tocar, al mecanismo distributivo que va a alcanzar ese público, al objetivo tático que se plantea. Está concebida, por tanto, funcionalmente, y con respecto a la finalidad política va mas allá del testimonio, del poema e incluso de los intentos de ensayo realizados hasta ahora, como pueden serlo por ejemplo 22 de Mayo y Tvnezuela (CINE AL DÍA, 1973: 45). A título de ilustração, deve-se mencionar que não havia nenhuma mulher exercendo papel de destaque – e muito menos dirigindo – nos outros grupos de realização cinematográfica ativos na região (Grupo Cine de la Base, Grupo Cine Liberación, Jorge Sanjinés & Grupo Ukamau....). Um último ponto a se ressaltar no que diz respeito às transgressões de gênero de Josefina Jordán é o destaque que ela dá às mulheres em suas obras, algo incomum para os cineastas do Nuevo Cine Latinoamericano (e para muitas das cineastas também). De muchos distintos niveles nos llegó el comentario de que sólo unas mujeres podían haber hecho Sí podemos. Quizás porque, siendo una película decididamente protagonizada por madres y niños, los profundiza al punto de rescatarlos de una concepción tradicionalmente sectorizada y llega a ser, con toda simplicidad, una película sobre la aspiración al socialismo (CINE AL DÍA, 1973: 46). |
|
Bibliografia | CINE AL DÍA. Caracas, nº 16, abril de 1973.
|