ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | Underground, mentiras de guerra: cinema, guerra e mais valia |
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Autor | Rodrigo Guéron |
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Resumo Expandido | O Objetivo de nossa apresentação é fazer uma análise do filme “Underground, Mentiras de Guerra”, de Emir Kusturica. Para tal partiremos do esquema marxista da mais valia, em particular na maneira como ele é citado no livro “Imagem-Tempo” de Gilles Deleuze, mostrando a guerra e o cinema como magníficos esquemas de captura de tempo, e o dinheiro como o outro lado do tempo da imagem cinematográfica. Em seguida veremos como o filme nos coloca diante de uma experiência da troca desigual, no tempo, entre o atual e virtual, expressas nas duas dimensões que estão em relação na história do filme: o tempo atual da superfície –a história da Iugoslávia do pós guerra – e o tempo do “underground” –os que pensam que a guerra nunca acabou e seguem fabricando armas para o conflito. Veremos então como pode haver uma troca entre essas duas posições, ou seja, como a dimensão atual é composta por elementos inexoravelmente virtuais, e como a dimensão virtual pode acabar se atualizando numa determinada realidade presente. Buscaremos ver como estas trocas se dão ora como uma operação de poder, ora como expressão de uma potência resistente. Compararemos então o cinema político de Emir Kusturica com um aspecto que Deleuze vê no cinema político de Glauber Rocha, qual seja, a crítica do mito como forma de “fazê-lo se referir a estados de pulsões perfeitamente atuais: a sexualidade, a fome, a morte e a adoração” (DELEUZE. Gilles. L’Image-Temps. Les Editions de Minuit, Paris, 1983. Pág. 285). Consideraremos então a possibilidade de “Undergrond, Mentiras de Guerra” ser uma espécie de “Terra em Transe” da Iugoslávia e, de certa forma, da Europa. A própria "transe" como típico elemento dramático glauberiano estaria de certa forma presente no filme: nas performances dos autores, na singular e vigorosa posição que a música ocupa em toda a obra. “Terra em Transe” que, para Gilles Deleuze, foi “o maior cinema de agitação que jamais foi feito” . |
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Bibliografia | GUÉRON. Rodrigo. Da Imagem ao Clichê, do Clichê à Imagem. Deleuze, Cinema e Pensamento. (Tese de Doutorado, livro no prelo, editoral Nau/Faperj).
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