ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | Laborav: audiovisual e colaboração na periferia do Rio de Janeiro |
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Autor | alita villas boas de sá rego |
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Resumo Expandido | A produção audiovisual realizada pelos alunos de Pedagogia da FEBF, o campus da UERJ no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense é fruto dos três anos da pesquisa Imagens sensoriais digitais e suas narrativas: a produção de material didático audiovisual para jovens da periferia no século XXI, realizada no âmbito do programa de mestrado em Educação, comunicação e cultura A pesquisa, ao mesmo tempo, teórica e prática tinha como objetivo investigar as narrativas audiovisuais adequadas ao uso em sala de aula, à veiculação nas emissoras educativas, nas tvs públicas, e à transmissão pelas IPTVs. No decorrer da investigação, abrimos mão da limitação criada pela idéia de produção de material didático, para priorizar a noção de produção de novas subjetividades a partir do uso da tecnologia digital e de que forma elas se manifestavam nas realizações audiovisuais dos alunos que integravam a pesquisa, a maior parte moradora da periferia do Rio de Janeiro.
Nosso objetivo era fazer com que os futuros professores adquirissem uma competência a mais, aprendendo a criar e produzir seu próprio material audiovisual. Ao se apropriarem da tecnologia digital de forma criativa e autônoma, seriam capazes de realizar processos de singularização baseados em suas marcas territoriais, resistindo às subjetividades modelizadas pelos mídia capitalista. Dessa forma, estariamos investindo, não só na produção audiovisual, mas também inserido futuros professores e seus alunos no contexto do trabalho imaterial, típico de um sociedade informatizada. Tal como apontam Corsani, Lazzarato, Negri e Boutang (1996), o trabalho imaterial prioriza a produção de informação e de signos que vão se incorporar à produção material, valorizando-a . Por isso, criamos o Laborav, (Laboratório de audiovisual) e ampliamos a programação da WEBTV Kaxinawá, que passou a fazer transmissões ao vivo e de forma interativa através da Internet, se transformando em uma IPTV. Descobrimos no método cartográfico de pesquisa ( Passos, Kastrup e Escossia.2009) as pistas que nos levaram ao desenvolvimento de uma metodologia de ensino baseada no fazer é conhecer, que estimula a criatividade e a colaboração típica do trabalho imaterial e que foge da especialização do conhecimento teórico/científico. Durante todo o trabalho, buscamos ampliar a interface entre comunicação e educação, uma necessidade premente diante da geração digital que está se formando na sociedade brasileira. Apesar deste amplo escopo de nossa pesquisa, neste trabalho, abordaremos as possibilidades de produção de novas subjetividades entre os jovens alunos de Caxias ao se apropriarem dos recursos audiovisuais proporcionados pela tecnologia digital. Apresentaremos também o resultado de alguns vídeos que surgiram a partir das experiências realizadas no Laborav e de que forma buscamos parcerias para que essa produção e as novas formas de estar no mundo de nossos alunos ultrapassem os limites da FEBF. Tomaremos como exemplo de produção audiovisual com as marcas de Duque de Caxias três vídeos de demonstração da programação do Canal Laborav, um programa da IPTV Kaxinawá que reúne as melhores produções realizadas no laboratório de audiovisual da FEBF. Os audiovisuais que vamos apresentar são o programa sobre Carlos Drumond de Andrade, da série Quem Cala Consente, criada, dirigida e apresentada pelo aluno de Geografia Rodrigo Lobato, o vídeo clipe Imanência, realizado com uma WEB CAM pelo aluno de pedagogia Henrique de Sá, o programa Voz Urbana criado, dirigido e produzido coletivamente pelos alunos de Pedagogia Jéssica Conceição, Valmir Pio, Márcia e Lu Brasil. |
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Bibliografia | COHN, Sérgio; Savazoni, Rodrigo.(org) Cultura digital.br.Rio de Janeiro: Azougue Editorial,2009
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