ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | O documentário e as partilhas do sensível: uma aproximação |
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Autor | Victor Ribeiro Guimarães |
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Resumo Expandido | Desde que Jacques Rancière nos ofereceu o conceito de “partilha do sensível” (RANCIÈRE, 1995; 1996; 2003; 2005), tornou-se possível pensar as relações entre a arte e a política em uma nova chave. Partindo da reivindicação de que a política é estética em seu próprio fundamento, o autor dirá que se trata sempre, nas imagens ou na constituição da comunidade, de um “recorte dos tempos e dos espaços, do visível e do invisível, da palavra e do ruído” (RANCIÈRE, 2005, p. 17). Assim, se é possível dizer que cada filme, com seus meios expressivos, produz um arranjo sensível particular, na sociedade os sujeitos também “circulam por mundos em que lhes é permitido e possível sentir e dizer determinadas coisas, de determinadas maneiras” (MIGLIORIN, 2008, p. 3). O que está em jogo em ambos os domínios são formas distintas de partilhar o sensível na comunidade, diferentes maneiras de distribuir os corpos segundo suas ocupações e de produzir relações entre o dizível e o visível. Com base nesse arcabouço conceitual, acreditamos ser possível pensar não apenas as correspondências entre a forma dos filmes e as formas da vida social, mas, sobretudo, as tensões e os conflitos aí presentes. Nesse contexto, o documentário aparece como um objeto privilegiado, posto que se configura como uma práxis “em fricção com o mundo” (COMOLLI, 2008, p. 175) e como uma forma inevitavelmente em diálogo com o (e constrangida pelo) regime do sensível que escapa ao filme. Uma dessas formas, o documentário pernambucano |
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Bibliografia | BRUNO, F. “Circuitos da vigilância: controle, libido e estética”. In: LEAL, B. S. et al (org.) Entre o sensível e o comunicacional. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. COMOLLI, J-L. Ver e Poder. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. GUIMARÃES, C. G. “O documentário e os banidos do capitalismo avançado de consumo”. Revista Cinética. Rio de Janeiro, 2007. FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. MIGLIORIN, C. “Igualdade Dissensual: Democracia e Biopolítica no Documentário Contemporâneo”. Revista Cinética. Rio de Janeiro, 2008. MIGLIORIN, C. “Documentário brasileiro recente e a política das imagens”. In: _________(org.) Ensaios no real. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2010. RANCIÈRE, J. Políticas da escrita. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995. RANCIÉRE, J. O desentendimento: política e filosofia. São Paulo: Ed.34, 1996. RANCIÈRE, J. Le destin des images. Paris: Fabrique éditions, 2003. RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005. |