ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | Cinema e imaginário: Uma abordagem das imagens futurísticas |
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Autor | Theresa Christina Barbosa de Medeiros |
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Resumo Expandido | Este trabalho tem como objetivo socializar alguns dos resultados de minha pesquisa de mestrado, no qual apresento como objeto de análise as imagens futurísticas de ficção científica cinematográfica, produzidas na linguagem de animação e contidas em duas produções cinematográficas contemporâneas: A Família do Futuro (Stephen J. Anderson, 2007) e WALL-E (Andrew Stanton, 2008).
Estive interessada em entender, a partir de aproximações com o campo de estudos do imaginário e com o auxílio de algumas de suas ferramentas teóricas, como, nos dias de hoje, estamos pensando o futuro, a fim de problematizar como tais imagens retratam a relação da sociedade com as mídias audiovisuais. Defendendo que, essas visões de futuro - temática característica do gênero de ficção científica - nos falam muito mais do presente em que tais narrativas foram escritas. Nesse sentido, concordo com J. P. Telotte (2001) ao afirmar, a partir da leitura de John W. Campbell Jr. (1994), que a ficção científica é um esforço para prever o futuro com base nos fatos conhecidos nos dias de hoje e com Alice Fátima Martins (2004, p. 1), quando enfatiza que essas narrativas fílmicas são vistas como testemunhos dos contextos sociais e históricos nos quais são produzidas. A trajetória teórica da pesquisa levou-me a operar no diálogo entre as discussões propostas por Edgar Morin em Cinema ou o Homem Imaginário (1997), as colocações feitas por Jean-Jacques Wunenburger em O Imaginário (2007) e Lisabete Coradini, a partir do texto da sua tese intitulada de Memórias del Futuro: imágenes y discursos de la ciudad latino-americana (1999), a fim de compreender aspectos da sociedade contemporânea com a ajuda do cinema e, ao mesmo tempo, compreender o cinema, auxiliada por uma análise social. Vale destacar ainda a centralidade da ideia de que as imagens aqui evidenciadas são, antes de tudo, produto do imaginário humano. Em outras palavras, significa afirmar o caráter subjetivo das produções selecionadas para o estudo, procurando fazer observações do ponto de vista da constituição de um imaginário que, por sua vez, é instituinte do ponto de vista social, nesse sentido, utilizo-me da proposição feita por Cornelius Castoriadis, em A instituição imaginária da sociedade, livro de 1982, para defender que não importa se as imagens que vemos retratadas nas telas são a representação real elaborada pelos diretores/roteiristas e desenhistas. Antes, basta entendê-las como uma representação possível, ou seja, uma forma de imaginar tais aspectos da vida social presente e futura. As reflexões propostas por Morin (1997) permitem uma investigação do imaginário que entende o cinema como instrumento para compreender a sociedade e a própria sociedade para compreender o cinema. O autor aponta que, como forma de representação, o cinema é capaz de nos levar a observar a realidade imaginada do homem e a realidade imaginada do cinema, que é considerado pelo pensador como um “fantástico universo imaginário, feito de mitos, deuses, espíritos, universo que não era apenas sobreimpresso na vida real, mas que fazia parte desta realidade antropo-social” (p. 13) e o imaginário como a dimensão do pensamento imagético, mágico e da fantasia, parte constitutiva da realidade humana. |
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Bibliografia | BAITELLO JR., Norval. A serpente, a maça e o holograma: Esboço para uma Teoria da Mídia. São Paulo: Paulus, 2010.
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