ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | Tensionamentos narrativos e duração na grade televisiva |
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Autor | Miriam de Souza Rossini |
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Coautor | Fatimarlei Lunardelli |
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Resumo Expandido | Esta apresentação dá sequência à discussão feita neste seminário em 2010, quando foram apresentadas as características temáticas e de produção de dois programas televisivos veiculados na RBS TV: Histórias Curtas e Curtas Gaúchos. A intenção, agora, é aprofundar a análise estética de um desses programas: o Histórias Curtas.
Serão analisados os curtas-metragens: Caderno Vermelho, de Maria Clara Bastos; O Boxeador, de Leonardo Wittmann; Sem Sinal, de Vicente Moreno; e Um Breve Assalto, de Zeca Brito. O objetivo é investigar a questão da duração enquanto elemento configurador dos produtos audiovisuais na interface cinema e televisão. A categoria duração não é elemento abstrato, bem ao contrário; é aquele que tensiona o processo criativo e produtivo, pois está ligado à inserção do produto no mercado. Vincula-se à exibição como etapa final e almejada. Tevê e cinema, neste quesito, enfrentam diferentes exigências. Quando se produz para a televisão, em geral já há a certeza da exibição, pois aquele produto está sendo feito para ser encaixado numa grade de programação. Isso significa que o formato do produto está necessariamente vinculado à duração da sua janela de exibição, pois sua existência só é possível, só é pensada, na grade, com inserts comerciais e elementos de passagem na relação com outros produtos da grade. Nesse caso, o tempo da narração está subordinado ao tempo da tevê. No cinema, ao contrário, há uma maior possibilidade de experimentações quanto às durações. Mesmo que haja leis que, inclusive, estabelecem a duração mínima ou máxima de um curta-metragem, de um média-metragem e de um longa-metragem, observa-se que muitos filmes extrapolam esses limites, para mais ou para menos. Afinal, o tempo da narração é quem estabelece o a duração. A grande incerteza do cinema, porém, é a existência de uma janela de exibição; este é um dos elementos mais aflitivos no campo da produção cinematográfica. No caso brasileiro, por exemplo, parte significativa do que é produzido não encontra espaço no circuito exibidor. Quais podem ser, então, as repercussões na estética e na narrativa quando a incerteza é substituída pela possibilidade real dessa visibilidade? O Núcleo de Especiais da RBS tem se constituído há 10 anos em uma janela que garante essa exibição para muitos realizadores de audiovisual no Rio Grande do Sul, mas isto ocorre dentro de um padrão de formatação determinado pela grade televisiva. Entre os muitos projetos desenvolvidos pelo Núcleo, o Histórias Curtas prevê a realização de curtas-metragens visando o espaço televisual, e para isso seleciona projetos entre os realizadores do Estado. Analisar esses produtos, que trazem as marcas da tevê e do cinema, é um modo de perceber como as diferenças entre os meios estabelecem os limites e as possibilidades para a linguagem audiovisual. Através de uma metodologia de análise fílmica, observando-se aspectos de linguagem, procura-se investigar marcas narrativas e estéticas desses produtos. Esta proposta faz parte do projeto de pesquisa “Convergência entre imagens audiovisuais: marcas narrativas, estéticas e mercadológicas no cinema gaúcho”, desenvolvido junto ao PPGCOM/UFRGS e financiado pelo CNPq. Ele é assinado em co-autoria com Fatimarlei Lunardelli. Fazem parte da equipe de pesquisa os alunos de graduação da Comunicação da FABICO/UFRGS: Álvaro Bernardes (PIBIC-UFRGS); Júlia Zortéa (BIC-CNPq) e Maurício Pflug (IC-Voluntário). |
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Bibliografia | CASTRO DE PAZ, José Luis. El surgimiento del telefilme. Barcelona: Paidós, 1999.
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