ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | Cinema e a narrativa de jovens – o cine CCH como espaço de pesquisa na universidade |
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Autor | Adriana H Fernandes |
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Resumo Expandido | Esse trabalho refere-se a um dos eixos da pesquisa “O cinema e a narrativa de crianças e jovens em diferentes contextos educativos” por mim coordenada que investiga, sob a orientação teórico-metodológica dos Estudos Culturais latino-americanos (Canclini, Martim-Barbero, Gomes), a experiência de crianças e jovens com o cinema. Nesse sentido, esse texto via apresentar o que já foi percebido a respeito da relação desses jovens com o cinema através de sua participação no projeto de extensão CINE CCH: aprendizagens com o cinema que acontece mensalmente na UNIRIO desde agosto de 2010, em parceria com dois outros projetos de cinema (Cine-Drops/UNIRIO e Cinead/UFRJ). Pretende-se observar nesse espaço os modos de relação que os jovens freqüentadores estabelecem com o cinema podendo-se mais adiante perceber a formação de momentos de convívio, não somente com o pensar sobre o cinema mas também com o produzir com a linguagem audiovisual.
O estudo de natureza qualitativa tem como estratégias metodológicas para o trabalho de campo a observação de momentos de exibição de filmes e debates vividos nas diferentes instituições sendo o CINE CCH o campo de pesquisa que abarca os jovens do ensino superior. Através dele serão selecionados sujeitos participantes para posterior realização de entrevistas individuais e/ou coletivas. Nesse momento inicial da investigação o grupo entrou em contato com estudos e pesquisas que articulam cinema e educação tais como Duarte (2002 e 2008), Fantin (2006) e Fabris (2008) constituindo a fundamentação para a realização das observações, registros e futuras entrevistas com os sujeitos pesquisados. Rosália Duarte (2002) destaca a importância das narrativas em imagem-som nas sociedades audiovisuais e ressalta que não é possível compreender a dinâmica de funcionamento de sociedades audiovisuais sem analisar o papel desempenhado pela relação que os diferentes grupos e atores sociais estabelecem com atmosfera cultural em que estão imersos, sobretudo com a produção veiculada maciçamente em imagem-som. Em sua pesquisa Rosália Duarte, pesquisadora da PUC-Rio, buscou analisar o consumo de filmes na formação de jovens universitários que vêem filmes regularmente, assim como o modo desse público construir significações no contato com as imagens dos filmes. Para realizar a pesquisa partiu de um pressuposto que também orienta a construção da nossa pesquisa: a de que no Brasil a prática de ver filmes desempenha papel significativo no consumo cultural de jovens universitários, principalmente em grandes centros urbanos, como é o caso do Rio de Janeiro. Sua pesquisa mostra como os atores sociais formam-se uns aos outros, numa rede de parcerias que pressupõe troca de saberes e produção/reprodução de valores, crenças e práticas compartilhados pelo grupo numa ‘comunidade interpretativa’. Assim o cinema atua, tanto como elemento articulador de grupos como um elemento formador que envolve o cinema enquanto expressão artística que relaciona-se com a alteridade (Bergala, 2008). O CINE CCH nesse contexto constitui-se num espaço de percepção de como atuam essas relações vividas pelos jovens e já começa a nos apontar algumas questões percebidas nessas primeiras cinco sessões realizadas na Universidade trazendo filmes de valor estético reconhecido em diferentes gêneros, culturas, países, temáticas entendendo o cinema como linguagem (Carrière, 1995). |
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Bibliografia | BERGALA, Alain. A Hipótese-Cinema: pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora da escola. Rio de Janeiro: Booklink e CINEAD/UFRJ, 2008.
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