ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | A Modernidade Exílica no Cinema de Walter Salles |
|
Autor | Bruna Hetzel |
|
Resumo Expandido | Este trabalho discute as transformações sociais experimentadas pelo Brasil contemporâneo tomando por base a obra cinematográfica de Walter Salles. Partindo do discurso fílmico, a análise se centra na construção de uma imagem de um Brasil moderno e global em que se destaca a figura do exilado. O cinema de Salles fala de múltiplos exílios. O exílio econômico, político, afetivo, literal e simbólico, ganham rosto em suas narrativas, e convivem num país que apresenta as perdas e ganhos da modernidade atual e perpetua condições de vida tradicionais e contrastes sociais gritantes. O exilado aqui é o outro do Brasil moderno, invisível e silenciado, é tornado estrangeiro em seu próprio país. Essa problemática se traduz nas experiências existenciais dos protagonistas, sempre em busca de referenciais perdidos – o retorno à terra de origem, a procura pela figura paterna, a ânsia pelo colo materno, o desejo de regresso ao lar ou ao seio familiar, etc- permeiam continuamente a trajetória dos personagens, constituindo facetas de uma procura por segurança e acolhimento. Partimos dessas vivências fictícias e do contexto criado pelos filmes e tecemos uma reflexão acerca da sociedade “líquido-moderna”, dialogando com autores como Zigmunt Bauman, Edgar Morin e Julia Kristeva. O sentimento de estrangeiridade partilhado pelos personagens é interpretado como condição do mal-estar produzido pelas sociedades capitalistas contemporâneas. Afastando-se dos ideais nacionalistas e de uma aposta revolucionária mediada por um embate classista, colocamos que os filmes de Walter Salles delineiam uma proposição política de cunho humanista que passa por uma re-fundação ética. |
|
Bibliografia | Bauman, Zigmunt. “Vidas Desperdiçadas”. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2005.
|