ISBN: 978-85-63552-07-5
Título | Cinema e Educação: formação de educadores audiovisuais |
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Autor | Eliany Salvatierra Machado |
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Resumo Expandido | O departamento de Cinema e Audiovisual do Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF criou em 2009 o curso de Cinema e Educação com o objetivo de formar licenciados para atuarem na educação formal (Escolas públicas e particulares) e nos projetos sociais – Ongs – Organizações não governamentais. O projeto do curso visa formar em quatro anos um profissional que saiba fazer cinema, educar e articular o cinema com os processos de ensino e aprendizagem. É o primeiro curso de graduação em Cinema e Educação do país.
A graduação em Cinema e Educação é inaugurada academicamente com o curso de licenciatura da UFF. O presente texto visa refletir sobre os fundamentos teóricos ou pressupostos que possam contribuir com a formação dos futuros “educadores audiovisuais” – termo apresentado, no presente texto, para nomear o novo profissional. Entendemos que fundamentos são os pressupostos filosóficos que orientam uma formação, bem como as práticas educacionais. Ao buscar os fundamentos que possam orientar práticas de ensino e aprendizagem percebemos que, necessariamente, não haverá apenas um fundamento. Vários fundamentos e perspectivas teóricas podem coexistir no mesmo curso, confrontando-se e inclusive polarizando as teorias e pressupostos ligados ao Cinema, ao fazer cinema e a Educar através do Cinema. A pesquisa parte da análise da modernidade que orientou a educação formal na criação das suas grades curriculares e ementas que fundam a instituição Escola. Partimos do princípio que a educação formal cindiu a razão da emoção, desqualificando a percepção no processo tanto de ensino como de aprendizagem. O que temos hegemonicamente como ideal de formação é um projeto, na educação formal, que valoriza o processo de abstração racional, herdeira do pensamento cartesiano – o cogito cartesiano parte do princípio filosófico que pensar é que dá a consciência à capacidade de compreensão da existência – “penso logo existo”. Husserl, ao se contrapor ao pensamento pragmático e cientificista, se propõem a pensar como conhecemos, fundando assim a fenomenologia, que seria mais tarde resumida por Lyotard[1] como o estudo do conhecimento, do fenômeno do conhecimento. Na fenomenologia o que está em estudo, como objeto científico, é como o conhecimento ocorre. Estudo realizado com o conhecimento e a partir do que percebemos com ele. Segundo Merleau Ponty[2] sentimos com o corpo, através das nossas experiências. Mas, é preciso cautela ao pensar sobre o conhecimento através da experiência, para que não nos desviemos ao empirismo ou a um psicologismo do conhecimento. Para a fenomenologia aprendemos através da percepção e da sensibilidade. A fenomenologia nos apresenta pensamentos importantes para refletir como o Cinema Educa, sem com isso entrar na seara da desconstrução das várias compreensões sobre o que significa “educar”. Por isso apresentamos a fenomenoloia como um dos aportes teóricos para o campo emergente em formação. |
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Bibliografia | ARNHEIM, Rudolf, Arte e percepção visual, uma psicologia da visão criadora, São Paulo, Pioneira – Editora da Universidade de São Paulo, 1980.
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