ISBN: 978-85-63552-11-2
Título | O CCUC e o Circuito Alternativo de exibição em Campinas nos anos 1960 |
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Autor | Natasha Hernandez Almeida Zapata |
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Resumo Expandido | O Cineclube Universitário de Campinas surgiu em março de 1965, inicialmente ligado à Universidade Católica de Campinas (UCC), e desenvolveu suas atividades de exibição de filmes até o ano de 1972. Além disso, sua equipe integrante realizou três filmes de curta metragem, na bitola 16 mm, e publicou um jornal, Cine Clube, que atingiu 5 números.
Partindo do objetivo de promover a apresentação de filmes de diferentes diretores, movimentos culturais e nacionalidades, o CCUC promoveu as chamadas Semanas de Cinema, que enfatizavam obras de determinado país, diretor ou período. A Semana do Cinema Francês, realizada de 25 de setembro a 1.º de outubro de 1965, por exemplo, foi a primeira promovida pelo CCUC, no Cine Brasília. Logo na capa do panfleto utilizado para a divulgação do evento, evidencia-se que a intenção do cineclube era a de sair da universidade e buscar o povo para dialogar sobre cinema. As sessões eram realizadas em salas alugadas especialmente para as exibições realizadas pelo cineclube. Segundo Dayz Peixoto Fonseca, sua cofundadora, o CCUC era responsável, principalmente durante a segunda metade dos anos 1960, pela tentativa de suprir o chamado “circuito de exibição de filmes de arte” na cidade, até então oprimido pela grande quantidade de salas dedicadas exclusivamente à exibição do cinema comercial. A partir de uma análise do jornal Cine Clube, torna-se possível acompanhar de maneira próxima as atividades desenvolvidas pelo CCUC, principalmente aquelas relacionadas à exibição de filmes. Suas páginas contam com detalhes as motivações para a promoção dos festivais realizados, seus resultados, os filmes exibidos e suas respectivas críticas. A relação do Cineclube Universitário de Campinas, e, consequentemente, do jornal Cine Clube, com o cinema nacional é bastante positiva, porém consciente. Na publicação, destacam-se artigos e críticas sobre cinema brasileiro de Luiz Carlos Ribeiro Borges e Rolf de Luna Fonseca, ambos membros do CCUC. Borges escreve Vidas secas na terra do sol, para a terceira edição de Cine Clube, comparando e, ao contrário de Ismail Xavier, distanciando as obras de Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha. O artigo foi publicado em virtude da exibição dos dois filmes pelo CCUC, e é notável a tendência de predileção do autor pelo trabalho de Glauber Rocha. Por outro lado, Luiz Carlos Ribeiro Borges demonstra conhecimento sobre os diferentes contextos em que as duas películas foram produzidas, além de “abençoar” as diferenças, capazes de proporcionar “duas obras grandiosas e de indiscutível valor”. Este trabalho pretende, portanto, realizar um breve mapeamento das exibições executadas pelo Cineclube Universitário em diferentes cinemas da cidade, durante alguns de seus anos de existência. Como base para a pesquisa são utilizados os cinco números do jornal Cine Clube e demais panfletos de divulgação publicados. Assim, se faz possível compreender como o CCUC se torna o representante do circuito alternativo em Campinas, através do conhecimento sobre os títulos das películas exibidas e os pensamentos dos integrantes do cineclube com relação a eles. |
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Bibliografia | BORGES, Luiz Carlos Ribeiro. O cinema à margem (1960-1980). Campinas: Papirus, 1983.
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