ISBN: 978-85-63552-11-2
Título | Imagens contra os clichês: O invasor e O céu de Sueli |
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Autor | Rodrigo Guéron |
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Resumo Expandido | A proposta desta apresentação é examinar dois filmes do cinema brasileiro contemporâneo que, em nossa opinião, foram capazes de produzir, ainda que parcialmente, imagens que se opõe a determinados clichês que triunfaram, de certa forma, graças ao próprio cinema. No primeiro caso veremos O invasor de Beto Brant, analisando como o personagem do protagonista se diferencia da maneira como o cinema brasileiro, em distintos momentos e de distintos modos, mostrou o personagem “pobre”, e mais particularmente na relação que estes estabelecem com personagens caracterizados como sendo das “elites” brasileiras.
No segundo caso analisaremos o filme O Céu de Sueli de Karin Ainouz como uma espécie de “anti-Central do Brasil”, no que se refere a certos enunciados morais deste último filme (e lembro que definimos numa apresentação passada o clichê como uma “imagem-moral”), mas que não são particulares a este, como a volta a uma origem perdida e pura, a nostalgia do pai, a imigração articulada com a vitimização e a cidade tomada como um espaço essencialmente de degeneração. No caso de O invasor nos dedicaremos particularmente à cena onde o protagonista tenta, com seus novos sócios, um financiamento para um CD do rapper "Sabotagem" (com participação na cena e como escritor dos diálogos do filme) a ser produzido, inclusive, com vistas ao lucro: como um investimento que dará retorno. No caso de O céu de Sueli veremos um profundo desapego, quase uma repulsa, às suas "origens": uma imagem de uma antinostalgia radical. Desapego este que lhe permite um ato amoral (e não imoral) que é um ato liberador. A propósito, a própria prostituição, numa situação não convencional deste trabalho, aparece como uma possibilidade de libertação; o que é de certa forma também um anticlichê. |
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Bibliografia | DELEUZE, Gilles. L`Image-Temps. Paris: lês editions de minuit, 1983.
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