ISBN: 978-85-63552-11-2
Título | Mémorias, ilusões e sonhos: o cinema de Christopher Nolan |
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Autor | Lucas Ravazzano de Mattos Batista |
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Resumo Expandido | O presente trabalho visa discutir como um diretor inserido nas práticas produtivas hollywoodianas ainda é capaz de criar um universo fílmico próprio ao longo do seu corpus de trabalho. O objeto desta discussão é o cineasta britânico Christopher Nolan, diretor advindo do cinema independente inglês e que nos últimos anos tem se dedicado a trabalhar em filmes de grande orçamento. O diretor ganhou notoriedade com o sucesso de filmes como Amnésia (2001), Batman begins (2005) e A origem (2010). Crítica e público parecem perceber uma confluência temática e estilística que norteiam as escolhas de seus filmes do seu período independente a atual fase hollywoodiana, tornando-o um interessante objeto para as discussões aqui propostas.
O presente trabalho irá recorrer à noção dos princípios da construção narrativa de Bordwell e Thompson (2001) e de Gaudreault e Jost (2009) e como esses princípios se organizam e interagem os sistemas estilísticos do filme dando origem a estilos que podem ser compartilhados por diferentes cineastas durante um determinado período ou de um determinado espaço, e entre esses estilos, há o que Bordwell (1996) qualifica como sendo o estilo do cinema clássico hollywoodiano. O autor passa, então, em The way Hollywood tells it (2006) para o desenvolvimento do cinema americano após esse período clássico que vai até os anos 60 para o cinema atual e a emergência dos grandes filmes comerciais, ou blockbusters, cuja prosperidade ele afere se dar justamente pela tentativa de uma coexistência entre a conformidade do modelo hollywoodiano e a visão artística de alguns realizadores, bem como a busca por quebras com esse modelo clássico na busca por novidades conforme argumenta Altman (2000). A partir disso, serão analisados quatro dos sete filmes do diretor de modo a demonstrar como essas obras constituem um universo coeso. A metodologia utilizada para as análises será a poética do filme trabalhada por Gomes (1992; 1996; 2004), que trata o papel do criador de representações como responsável por projetar, prever e organizar estrategicamente os efeitos que irão ser realizados na apreciação da obra, com o objetivo de perceber uma poética coesa dentro do corpus fílmico que possa ser percebida através dos efeitos suscitados pela condução da narrativa, dos personagens e das temáticas nela contidas. |
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Bibliografia | ALTMAN, Rick. Los géneros cinematográficos. Barcelona. Paidós, 2000.
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