ISBN: 978-85-63552-11-2
Título | Comparação entre cinematografias – o instrumento da coprodução e seus impactos |
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Autor | Leandro José Luz Riodades de Mendonça |
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Resumo Expandido | O conceito de cinema nacional é palco de importantes de profundas transformações e adaptações que consideram, por um lado, uma “rentabilidade do conceito de cinema global no contexto do cinema contemporâneo” e, por outro lado, da permanência de força elucidativa na criação de “espaços de identidade”. Uma das ideias correlatas à de cinema nacional é a de literatura nacional e da existência dessa comunidade linguística literária, advém a problemática dos espaços onde se compartilha uma mesma língua. Há mesmo quem defenda que compartilhar a mesma língua é compartilhar partes importantes de identidade cultural e formas de ver o mundo. Daí a possibilidade de pensar-se em espaço lusófono. A presente mesa assenta no desenvolvimento de pesquisas dos três pesquisadores sobre o espaço de produção, distribuição, exibição e recepção do cinema brasileiro, angolano, moçambicano e português no viés da compreenção do instrumento da coprodução.Já algum tempo existem teóricos que defendem a existência de um “tipo de filme” que tem entre com uma das razões de existência os sistemas de fomento e premiação. Podemos entender com um fato autoevidente que os meios disponíveis para a produção de um filme possuem influências sobre as suas aspirações (o que pode ser feito com os meios disponíveis) e o seu resultado estético (o que realmente foi feito com os meios conseguidos). Na direção do espaço determinado por este pensamento também podemos afirmar que a língua na qual o filme é falado pode ser um fator central para seu entendimento nos lugares onde circula ou mesmo uma condição restritiva para sua circulação. Como última demarcação surge o campo dos filmes falados em português que, em quase 100% das vezes são financiados por governos de países que tem nesta a sua língua nacional. A questão que se apresenta é a possibilidade de, diante das necessidades de conseguir dinheiro para filmar, um conjunto de realizadores aproveitar de oportunidades e instrumentos presentes nos sistemas nacionais de financiamento para, a partir deste quadro, adaptar-se esteticamente a exigências presentes nestes mesmos instrumentos. A adaptação aventada aqui pode ser encarada de maneira ativa (aparecimento de conteúdos ou temáticas em função dos mecanismos de financiamento) ou passiva (não ser possível pelo visionamento do filme afirmar a existência de uma coprodução). O conceito de cinema nacional não é operacional apenas para uso na história estética do cinema mas também para sua história econômica e, nessa direção não se pode ignorar a importância dos meios postos a disposição de uma comunidade artística que, sem estes meios, pode mesmo desaparecer. A parte a formulação frouxa das políticas de fomento cinematográfico e, uma certa leniência em permitir processos de escolha do beneficiados pelos recursos que distribuem grandes somas pequenos grupos de realizadores é certamente proveitoso, explorar como esses mecanismos se expressam na comunidade produtora e consumidora de filmes em português.O trabalho aqui desenvolvido pretende explorar as possibilidades de comparar cinematografias. Coloca mesmo em questão o termo cinematografia para tentar articular eventos históricos que acontecem em espaços nacionais diferentes e podem ter uma mesma força central em sua causalidade. Pretende-se discutir se existem implicações no corpus de filmes que foram coproduzidos entre os países de língua portuguesa. |
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Bibliografia | BASES de dados do Instituto de Cinema e Audiovisual (Portugal).
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