ISBN: 978-85-63552-11-2
Título | Por um design padrão de televisão e cinema |
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Autor | Flávia Seligman |
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Resumo Expandido | Este trabalho é parte da pesquisa Globo Filmes para um Globo público desenvolvida junto ao Núcleo de Pesquisas e Publicações – NuPP – da Escola Superior de Propaganda e Marketing, ESPM–Sul (setembro de 2011 a setembro de 2012) e busca analisar um padrão de produção televisiva que se estende da televisão ao cinema desde a inserção no mercado da Globo Filmes na década de 1990.
Nesta comunicação nosso foco é a conceituação de um design de produção como marca destes produtos audiovisuais especificamente. Como design de produção utilizamos o conceito traduzido diretamente do inglês, do livro The filmaker’s guide to production design, de Vincent LoBrutto (2002), que define o termo (e a função) production design / desenho de produção como o visual e o ofício da narrativa cinematográfica, como o estilo de um filme criado pela imaginação e a colaboração artística do diretor, do diretor de fotografia, e do desenhista de produção (LoBRUTTO, 2002, tradução do autor). Mauro Batista, por sua vez, trabalha com um conceito vindo diretamente da função de Direção de Arte, porém ampliando um pouco mais sua abrangência. No artigo A pesquisa sobre design e cinema: o design de produção, publicado na Revista Galaxia (2008), comentando as linhas de pesquisa que contemplam a conjunção entre cinema e design o autor define que: "A linha de pesquisa que este artigo propõe vai numa outra direção, a de estudar a disposição de móveis e cenários e objetos de cena, campo que tradicionalmente é chamado de direção de arte, que cada vez mais é chamado de production design e que eu tenho denominando design de produção. Por que a mudança de nomenclatura? Por um lado, amplio minha hipótese: a tecnologia digital amplia muito a manipulação e alteração do já filmado, o que permite um controle muito maior da imagem final. A isso se soma a existência de uma corrente forte no cinema contemporâneo (que poderíamos chamar de pós-moderna) que valoriza uma imagem estetizada, não realista e sem profundidade. Trata-se de um tipo de imagem em que o referente perde importância. À medida que os processos de manipulação digital avançam, a chamada realidade pró-fílmica perde importância: cenários, objetos, figurinos, tudo é passível de ser recriado na fase de pós produção. Passamos de uma direção de arte, na qual cenário e objetos eram organizados para serem captados por uma câmera, para o conceito de design de produção" (BAPTISTA, 2008). Aqui trabalhamos com um conceito amplo do design de produção, como um conceito empregado ao produto audiovisual que englobe as questões referentes à uma concepção narrativa, uma concepção cênica e uma concepção plástica que identifiquem-no como produto ligado à uma determinada empresa (no caso à Rede Globo), que o diferencie dos demais produtos (por exemplo numa comparação entre as telenovelas produzidas pela TV Globo e as telenovelas produzidas pelas TVs Record ou SBT) e que permita suas adaptações da televisão para o cinema e vice-versa. Esta definição de um design padrão tem seu início na concepção de um padrão de qualidade técnico / estético definido pela TV Globo ainda na década de 1970 e segue nos anos seguintes se adaptando às novas tecnologias e a nova concepção de mercado. Para tanto analisaremos exemplos contemporâneos, produzidos inicialmente para a televisão, como séries e seriados e produtos feitos inicialmente para o cinema, como filmes que depois são exibidos no formato de séries, como A grande família (um seriado que transformou-se em filme), Divã (um filme que depois transformou-se em série) e A mulher invisível (idem). Nestes filmes e séries serão analisados os elementos que compõem o que chamamos de design padrão de produção, como a ambientação espacial (locações, cenário e objetos de cena), a caracterização (personagens, figurinos e maquiagem) e a mise-en-scene. |
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Bibliografia | BAPTISTA, Mauro A. A pesquisa sobre design e cinema: o design de produção. Galaxia, v. 15, p. 1/15, 2008.
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