ISBN: 978-85-63552-11-2
Título | Mercado cinematográfico lusófono: análise provisória |
|
Autor | Paulo Cunha |
|
Resumo Expandido | Nos últimos anos, uma das apostas da política cinematográfica portuguesa tem sido o apoio à produção de filmes em regime de co-produção com os países de língua oficial portuguesa. A estratégia portuguesa, apesar de certa invisibilidade mediática, procura estabelecer relações de cooperação com países ou comunidades (como o caso de Macau) com traços identitários reconhecidos como comuns: língua, religião ou património histórico e cultural.Em Portugal, o apoio financeiro público à produção cinematográfica prevê um espaço próprio nos concursos para co-produções com os países africanos de língua oficial portuguesa e para co-produções luso-brasileiras. Para além de acordos de co-produção mais gerais, no âmbito da CPLP ou do programa Ibermedia por exemplo, Portugal assinou acordos bilaterais de cooperação na criação cinematográfica com outros 4 países de língua oficial portuguesa: com o Brasil em 1981 (que só seria ratificado pelo Brasil em 1985); com Cabo Verde em 1989; com Moçambique em 1990; e com Angola em 1992. Através do Instituto de Cinema e Audiovisual, o Estado Português atribui anualmente cerca de 15% do seu orçamento destinado à produção a projectos de co-produção, distribuídos pelas três modalidades previstas. Em 2011, de um total de 10.350.000 USD distribuídos pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) como apoios à produção, 1.525.000 USD foram distribuídos para projectos de co-produção nas seguintes modalidades: Co-produção Minoritária Portuguesa (apoio a 2 projectos, com 250.000 USD cada); Co-produção com Países de Língua Portuguesa (apoio de 600.000 USD para 1 longa-metragem e 25.000 USD para um documentário); Protocolo Luso-Brasileiro (apoio a 2 projectos, com 200.000 USD cada).Apesar deste investimento crescente na área da produção, a distribuição continua a ser uma fragilidade reconhecida por diversos agentes cinematográficos. Em Outubro de 2011, durante o Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, Sérgio Sá Leitão, Presidente da RioFilme, defendeu a criação de um mercado comum de países lusófonos para a circulação de bens e serviços culturais, especialmente no cinema. Uns meses antes, o realizador português Jorge Paixão da Costa falava da importância dos mais de 250 milhões de luso-falantes e da necessidade de articular a “produção e difusão das imagens com estratégias de desenvolvimento”. Apesar dos esforços mútuos, que muitos reconhecem e estimulam, continuam a persistir barreiras legislativas e comerciais que insistem em dificultar a circulação de obras de países lusófonos nos mercados internos dos outros países lusófonos. Apesar do surto de eventos cinematográficos de carácter promocional (festivais, mostras, etc.) considerável nos últimos anos, as co-produções de países lusófonos parecem não convencer o público cinéfilo.O objectivo desta apresentação será identificar os projectos de co-produção lusófona financiados pelo Estado português, procurar eventuais padrões de comportamento ou procedimento nos seus realizadores e produtores, e analisar os números relativos aos seus desempenhos no mercado de exibição português e dos restantes países membros da União Europeia. |
|
Bibliografia | BASES de dados do Instituto de Cinema e Audiovisual (Portugal).
|