ISBN: 978-85-63552-11-2
Título | Expandindo a experiência transmidiática do cinema: aplicativos e filmes |
|
Autor | João Carlos Massarolo |
|
Resumo Expandido | Posicionados estrategicamente no interior da cultura da mobilidade, os aplicativos permitem uma maior conectividade e imediaticidade da informação, intensificando a dispersão textual característica da narrativa transmídia e permitindo que mundos de histórias se desdobrem, transportando os usuários de uma plataforma para outra em busca de novas informações. Aplicativos conectam espectadores ao universo da narrativa fílmica, produzindo espaços narrativos mais amplos e passíveis de serem integrados a outras plataformas de mídia.
O termo aplicativo - foi inicialmente cunhado pelo “fabricante de software Ashton-Tate, em 1985, para descrever as funções de um usuário, tal com ‘salvar’ ou ‘verificar ortografia’ do seu programa de processamento de texto” (BENSON-ALLOT, 2011, pp.10). Atualmente, smartphones e tablets sustentam o desenvolvimento das mais diversas 'aplicações' e se constituem nos dispositivos móveis mais importantes da convergência midiática, tanto em relação às redes sociais quanto as multiplataformas de mídia. As funcionalidades dos aplicativos, principalmente os recursos de geolocalização, afetam não somente o estilo de vida das pessoas, mas a própria experiência transmidiática vivenciada pelos usuários. O aplicativo de realidade aumentada – Inception app, utiliza recursos de geolocalização do iPhone para produzir uma envolvente experiência de áudio, através da remixagem da trilha sonora do mundo real, captada pelo microfone do celular. Deste modo, a máquina de sonhos do filme é representada pela mistura de sons produzidos no ambiente do usuário do aplicativo, que é convidado a participar da experiência sensorial-cognitiva a partir dos recursos de geolocalização, que liberam camadas de sonhos após o usuário detectar uma determinada coordenada geográfica pelo GPS do seu iPhone tal como, por exemplo: Africa Dream e Airport Dream. Uma série de movimentos corporais oferece ainda, como recompensa, diferentes camadas sonoras de sonho (Action Dream e Still Dream) e novas camadas são liberadas através de sons criados pelo usuário ou pelo ambiente que o cerca. Além disso, ao cruzar dados de geolocalização, os usuários obtêm músicas inéditas da trilha sonora do filme e a liberação de novas camadas de sonhos. No entanto, o desbloqueio da experiência completa depende do acerto de valores estabelecidos pela appStore. O aplicativo Batman: o cavaleiro das trevas inclui a opção de download do filme completo (Wi-Fi ou 3G); músicas exclusivas do compositor Hans Zimmer; bônus do filme, ‘behind the scenes’ sobre a produção e filmagem; posters, fotografias e artes do filme; além das opções de idiomas; jogo curto de trivia; compartilhamento com amigos e nas redes sociais, entre outras funcionalidades. Para Benson-Allot (2011, pp.10) os serviços disponibilizados pelos aplicativos são bônus que foram emprestados de outras plataformas de mídia (DVD e Blu-ray), oferecendo “ao espectador a ilusão de um acesso privilegiado ao filme”. Neste trabalho pretende-se analisar os desdobramentos dos aplicativos destes filmes como extensões transmidiáticas, ou seja, para além das experiências pré-programadas descritas por Benson-Allott, levando em consideração que os dispositivos móveis são uma tendência promissora para desdobramentos de mundos de histórias. O estudo privilegiará a análise das funcionalidades dos aplicativos selecionados, procurando investigar características que permitam expandir o universo da história e/ou das personagens, não restringindo o toque na tela às funções do controle remoto da TV. Busca-se assim, aproximar as janelas do universo fílmico às telas dos celulares, transformando as plataformas dos aplicativos num canal de distribuição de filmes independentes, como ilustra o lançamento pela AppStore do documentário Promised land of heavy metal (2008), de Kimmo Kuusnemi e Geek Mythology (2009), de Phil Hwanq. |
|
Bibliografia | BENSON-ALLOTT, C. Cinema's new appendages. In: Film quarterly Vol. 64, No. 4 (Summer 2011), pp. 10-11. Disponível: ( |