ISBN: 978-85-63552-11-2
Título | Filme de gênero histórico no Brasil: um levantamento da produção cinematográfica brasileira (1896-2011) |
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Autor | BRUNO HINGST |
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Resumo Expandido | A proposta da pesquisa é analisar a produção do filme gênero histórico, dentro do contexto do cinema brasileiro que, apesar da grande importância do gênero, o mesmo nunca foi devidamente analisado em sua amplitude.
No período escolhido, entre 1896 a 1930, vemos um cinema nacional sendo realizado apenas pela ação de empreendedores, que vislumbravam grandes perspectivas artísticas ou mesmo comerciais no que era considerado a grande arte que despontava. É então a pretensão deste trabalho apresentar a trajetória do filme de gênero histórico no Brasil, mesmo considerando as enormes dificuldades que seriam encontradas em termos de fontes de pesquisa, e buscar preencher uma lacuna da falta de um trabalho que já tenha realizado um levantamento da produção deste tipo de filmes, desde os primórdios do cinema até a atualidade. O percurso natural desta pesquisa é o de compreender, antes de tudo, as questões estruturais de desenvolvimento do Estado brasileiro, bem como compreender a trajetória histórica e política do Brasil. A importância do gênero filme histórico tem maior expressão devido às enormes dificuldades encontradas pelo cineasta para realizar pesquisa histórica propriamente dita, devido ao difícil acesso às poucas fontes disponíveis e confiáveis de informação, bem como as dificuldades materiais encontradas para sua realização. Além disso, o cineasta e o cinema brasileiro ainda encontram um outro obstáculo: buscar financiamento junto aos canais públicos e adequar um orçamento alto, complexo e muitas vezes insuficiente a um cronograma geralmente apertado, ou seja, situações que indicam as enormes dificuldades que qualquer cineasta encontraria ao se aventurar a produzir um filme sobre a história do nosso país. Como referencial teórico para poder entender o contexto histórico e como isto também se reflete na nossa cinematografia, o trabalho vai se valer dos trabalhos de Néstor García Canclini, que trata do processo de constituição das sociedades latino-americanas e sua relação com a modernidade, aliado à questão do multiculturalismo discutido por Robert Stam, que nos mostrou que as relações culturais são muitas vezes permeadas pela desconfiança e pela dificuldade de se preservar a autencidade das mais diferentes expressões, seja de povos ou mesmo etnias, num mundo que tudo massifica, e em uma luta contra determinadas formas hegemônicas, seja no plano político, cultural e até econômico. Outros autores estarão presentes à esta discussão, ambos pesquisadores dedicados à relação do cinema com a história como o francês Marc Ferro e o norte-americano Robert Rosenstone, que ajudam a discutir e ajudar a entender a questão complexa de “como a história é transposta para o cinema”, bem como sobre a problemática relação do filme histórico com a questão da autenticidade das fontes de pesquisa e a história vista no cinema de maneira geral. O esforço para a realização deste trabalho de pesquisa caminhou no sentido de cumprir a proposta de mapear a produção de filmes de gêneros históricos brasileiros, produzidos desde 1896, até a atualidade, constatando o enorme o desafio desta tarefa, na medida em que, como é do conhecimento dos estudiosos da área, a produção cinematográfica brasileira, produzida de 1896 até pelo menos 1920 era esparsa, com poucos registros, sem contar que a maioria dos filmes desapareceram definitivamente devido às poucas cópias existentes a época. Além de refletir sobre os desafios da produção cinematográfica brasileira do filme histórico, o resgate da identidade nacional através dessa produção também discutindo o conceito de filme de gênero histórico e sua relação com a reconstituição da história, o trabalho pretende apresentar um levantamento da produção desse gênero, ainda que reconheça existir ausências de obras em virtude da falta de sistematização dos dados sobre a produção. |
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Bibliografia | AMANCIO, Tunico. Artes e Manhas da Embrafilme: cinema estatal brasileiro em sua época de ouro (1977 – 1981). Niteroi: EdUFF, 2000.
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