ISBN: 978-85-63552-11-2
Título | O filme Matto Grosso, the Great Brazilian Wilderness (1931) |
|
Autor | Edgar Teodoro da Cunha |
|
Resumo Expandido | Em 1931, logo após a Grande Depressão, E. R. Johnson, filho do presidente da Victor Talking Machine, a grande firma de reprodução sonora e maior fabricante de vitrolas nos Estados Unidos, vendida para a RCA em 1929, foi convencido a financiar uma expedição zoológica e etnográfica a Mato Grosso, no Brasil. Um dos resultados desta expedição é o filme Matto Grosso, the Great Brazilian Wilderness, dirigido por Floyd Crosby, John S. Clarke e David Newel, tendo o primeiro sido colaborador de Murnau e Flaherty, no filme Tabu (1931). O filme de quase 50 minutos consiste em uma mistura de filme científico e de aventura, e foi pioneiro na utilização de som sincronizado, tendo sido recentemente restaurado pelo Penn Museum, dos Estados Unidos. O filme narra a longa expedição, que tem seu auge na chegada a uma aldeia Bororo, onde os norte-americanos são recebidos pelos índios, que resolvem organizar uma caçada a uma onça, felino de enorme importância nos ritos funerários Bororo.
Em julho de 2011, Edgar Teodoro da Cunha e Sylvia Caiuby Novaes exibiram este filme aos Bororo da aldeia de Tadarimana, em Mato Grosso, e puderam colher comentários que os índios fizeram ao filme, além de legendarem todas as partes faladas em Bororo. O objetivo desta apresentação é fazer uma análise da estrutura narrativa do filme e ainda situá-lo em um contexto de outros filmes produzidos sobre os Bororo. Buscamos ainda contemplar a experiência de exibição do filme e de seu impacto para os Bororo hoje. Se a realização do filme em 1931 significou a construção de um diálogo entre as duas Américas e seu tempo, sua exibição hoje, para aqueles que descendem dos que foram filmados, é uma nova etapa deste diálogo. |
|
Bibliografia | BRIGARD, Emilie de. History of Ethnographic Film. In: HOCKINGS, Paul (Ed.) Principles of visual anthropology. Berlin: Mouton de Gruyter, 1995.
|