ISBN: 978-85-63552-14-3
Título | A UNESCO e a preservação do patrimônio cinematográfico |
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Autor | Renata Ribeiro Gomes de Queiroz Soares |
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Resumo Expandido | Tesouros da arte cinematográfica, herança do cinema e, mais recentemente, patrimônio cinematográfico são expressões que podem ser encontradas na literatura que trata sobre preservação audiovisual, arquivos de filmes e cinematecas. No entanto, o cinema nem sempre foi visto como patrimônio e, embora a expressão “patrimônio cinematográfico” já seja empregada, ainda há muitas questões deixadas em aberto sobre este conceito e sobre as práticas que devem ser adotadas para lidar com o cinema como um patrimônio devidamente reconhecido pelo Estado. Passado mais de um século, a luta por este reconhecimento e pela conscientização de que os filmes – matéria essencial da experiência cinematográfica – e todo o material que deles deriva constituem um bem que deve ser preservado para as gerações futuras ainda é muito grande.
Mas o que é exatamente patrimônio cinematográfico? Como este conceito foi elaborado? O que ele abrange? É possível estabelecer uma lista de filmes patrimonializados? Se for possível, quem são as pessoas capazes de determinar que um filme específico é um patrimônio? O que fazer no caso de filmes que possuem mais de uma versão? Neste caso, que versão deve ser patrimonializada? Com bases em que critérios a seleção de filmes a serem patrimonializados deve ser feita? Em meados dos anos 1990, a UNESCO deu início ao “Programa Memória do Mundo”. Com o objetivo de facilitar a preservação do patrimônio documental mundial mediante as técnicas mais adequadas, facilitar o acesso universal a este patrimônio e criar uma maior consciência em todo o mundo da existência e importância do patrimônio documental, a instituição elaborou o texto “Memória do Mundo: diretrizes para salvaguarda do patrimônio documental”. Este documento, publicado primeiramente em 1995, “serviu de base para o desenvolvimento subsequente do Programa e dos valores que ele representa”. É com base nas diretrizes nele apresentadas – que são frequentemente revisadas e atualizadas – que os processos analisados e aceitos recebem o Registro “Memória do Mundo”. Foi em função deste programa e como parte dele que, também, em 1995, a UNESCO convocou seus países membros a enviar-lhe uma lista de, aproximadamente, quinze filmes que comporiam a parte integrante de seu patrimônio fílmico nacional mais significativo. Esta comunicação tem como ponto de partida este documento, intitulado National Cinematic Heritage, que integra o programa “Memória do Mundo” da UNESCO (em http://unesdoc.unesco.org/images/0011/001103/110379eo.pdf). Neste documento, 40 países apresentam uma lista de, aproximadamente, 15 filmes considerados por eles patrimônio fílmico nacional. Deste modo, a partir desta lista, busca-se refletir criticamente sobre o conceito de patrimônio cinematográfico e sobre questões referentes a este patrimônio, especialmente, no Brasil. Todos sabemos o quanto é complicado e difícil elaborar listas. Elaborar uma lista de patrimônio fílmico, com aproximadamente (apenas) quinze filmes, parece ser uma tarefa inglória, frente ao número de filmes existentes e ao enorme número que teria que ser excluído. Mas, a lista existe e a análise do documento em sua totalidade nos propõe, certamente, algumas reflexões. |
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Bibliografia | CANCLINI, Néstor Garcia. A sociedade sem relato. São Paulo: Editora da Universidade São Paulo, 2012.
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