ISBN: 978-85-63552-14-3
Título | Desvelando imagens: o visível e o indizível em A pele que habito, de Pedro Almodóvar. |
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Autor | Debora Breder |
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Coautor | PALOMA COELHO |
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Resumo Expandido | A pele que habito (2011), de Pedro Almodóvar, tornou-se uma referência quase obrigatória nos estudos de gênero & cinema: inúmeros são os trabalhos que abordam os deslocamentos e subversões que a trama desfia a partir da construção das personagens e de seus enredos biográficos. O objetivo desta comunicação, contudo, é propor uma reflexão sobre as diferentes “camadas de significado” que sedimentam imageticamente a narrativa cinematográfica – significados estes, não raro, contraditórios, que iluminam as zonas de sombra nas quais o pensamento simbólico tematiza a diferença.
Assim, propõe-se analisar, primeiramente, o discurso explícito da trama, que enquadra não só o processo de mudança de sexo, como também a complexidade e a transitoriedade das categorias “corpo” e “gênero”, demonstrando seu caráter construtivo e inacabado ao se desvincular de categorizações fixas e essencialistas. Pretende-se discutir de que forma a narrativa problematiza e desloca as noções de “masculino” e “feminino”, abordando-as como construções culturais e implodindo padrões sociais de “normalidade” e de “anormalidade” ao desconstruir aspectos dados como naturais e universais sobre as performances de gênero. A seguir, propõe-se analisar o discurso simbólico da trama, considerando que o cinema é constituído não apenas pelo que é “refletido” na tela, mas também pelo que é “projetado” em seus interstícios; ou seja, por um conjunto de ideias e valores que escapam às próprias intenções do autor. Focando um determinado plano do filme – que desvela o “não visível através do visível” ou o “latente por trás do aparente”, segundo expressão de Ferro –, pretende-se analisar de que forma o discurso simbólico da trama constitui uma espécie de contra discurso em relação ao que o longa-metragem explicitamente proclama. |
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Bibliografia | BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
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