ISBN: 978-85-63552-14-3
Título | A Tôrre de Marfim: revista de orientação cinematográfica. |
|
Autor | Alessandra Souza Melett Brum |
|
Resumo Expandido | A cidade de Juiz de Fora repercute, nos anos 1950 e 1960, um processo acelerado de industrialização e urbanização das grandes cidades brasileiras que modificaram substancialmente os costumes e os modos de vida da população. Nesse período observa-se uma forte efervescência na área cultural, que faz nascer na cidade grupos de teatro, música, cinema e poesia. Dentre essas manifestações culturais podemos incluir também a criação em 1960 da Universidade Federal de Juiz de Fora, marco fundamental para o desenvolvimento da cidade.
Figurando como importante mercado exibidor já na segunda metade do século XX, a cidade de Juiz de Fora possuía inúmeros cinemas de rua tais como: Cine Palace, Cine Theatro Central, São Mateus, São Luíz, Excelsior, Cine Rex e Cine Theatro Popular, apenas para citar alguns. A força desse mercado exibidor pode ser constatado não apenas pelo grande números de salas de cinema em funcionamento na cidade na década de 1960, mas pela presença de salas em bairros periféricos e residenciais, como por exemplo, o cinema São Mateus, no bairro de mesmo nome, e o Cine Rex, no bairro Mariano Procópio. Os cinemas portanto, ocupam uma posição privilegiada na vida cultural da cidade de Juiz de Fora, o que explica de certo modo o fato de uma cidade do interior, fora do eixo Rio-São Paulo, ter acompanhado a tendência das capitais brasileiras de criação de cineclubes, como por exemplo o Centro de Estudos Cinematográficos de Juiz de Fora (CECJF) e de revistas de cinemas, como a revista católica A Tôrre de Marfim, tema de nossa comunicação. A Igreja Católica, desde as primeiras exibições do cinematográfo, não se mostrou indiferente a essa nova atividade social e cultural. Dado o crescente interesse da população em geral pelo cinema, a Igreja tomará uma série de medidas no sentido de orientar seus fiéis frente às mensagens que as obras cinematográficas transmitiam. Dentre elas, destacamos a criação em 1928 do O.C.I.C - Office Catholique Internationale Du Cinéma, que tinha como objetivo ser um centro de estudos da linguagem cinematográfica, seguido pela criação, nos Estados Unidos, da Legion of Decency (Legião da Decência), bem como as Encíclicas Papais Vigilanti Cura em 1936 e Miranda Prorsus em 1957 que tratava da cotação moral dos filmes. A Igreja Católica no Brasil, orientada por essas medidas, incentivou e patrocinou a formação de cineclubes católicos, bem como a criação de revistas, e de um corpo crítico atuante. É nessa direção que surge em setembro de 1951, na cidade de Juiz de Fora, a revista de orientação cinematográfica, A Tôrre de Marfim, desenvolvida no interior do Colégio Academia do Comércio, uma das mais importantes instituições de ensino da cidade, que era administrado e mantido pela Igreja Católica. A revista tinha por objetivo atingir o público jovem juizforano e de toda a zona da mata, uma vez que sua circulação não ficou restrita a cidade de Juiz de Fora. A Tôrre de Marfim esteve presente por duas décadas na vida da cidade, o que demonstra a sua importância, uma vez que nem mesmo a Revista de Cultura Cinematográfica de Belo Horizonte editada com o apoio da União dos Propagandistas católicos - UPC, teve vida tão longa. |
|
Bibliografia | Essa comunicação está apoiada em fontes primárias e secundárias.
|