ISBN: 978-85-63552-14-3
Título | Cinema e modernismo na Exposição Internacional de Paris (1925) |
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Autor | Eduardo Victorio Morettin |
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Resumo Expandido | O objetivo é o de situar o lugar do cinema na Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes de 1925 em Paris, com ênfase para a análise de L’Inhumaine (1923) de Marcel L’Herbier. Trata-se de entender o lugar do modernismo no evento, marcado também pela celebração das Arts Décoratifs e da indústria moderna, diversidade de estilos expressa pelo filme de L'Herbier.
A cidade de Paris naqueles anos é ponto de reunião de diferentes correntes artísticas, como o dadaísmo, o surrealismo e o cubismo que reverberam no cinema de vanguarda por meio de Entr’acte (1924), de René Clair, e Balet Mechanique (1924), de Fernand Léger, principalmente. A Exposição de 1925 não contou com a participação da Alemanha e dos Estados Unidos, mas teve a presença, pela primeira vez em evento deste tipo, da União Soviética. Eram mais de 150 pavilhões, galerias e edificações que compunham o espaço expositivo, a sua maioria inaugurada quando de sua abertura, em 25 de abril de 1925. A arquitetura moderna, o teatro e as chamadas artes gráficas também tiveram bastante destaque. O cinema na Exposição ainda era associado à fotografia, pertencendo ao grupo V, a saber, ensino. Apesar do teatro estar no grupo IV (Arts du théâtre, de la rue & des jardins), os dois são vistos como expressões artísticas próximas (FRANCE, 1929, p. 9). Do ponto de vista expositivo, um estúdio foi reconstruído, além de maquetes e fotografias de cenas tentavam transmitir a experiência do que era fazer cinema e o seu resultado. Dado original, certamente, foram o ciclos de conferências que discutiram diferentes aspectos da ‘arte muda’. Dentre os palestrantes, tivemos Georges-Michel Coissac, Marcel L’Herbier, Jean Epstein, Léon Moussinac, Germaine Dulac e Jean Benoît-Lévy. L’Inhumaine, de L’Herbier, dentre os filmes exibidos, expressa bem essa proximidade com o temário da Exposição. Produzido em 1923, tinha ‘por objetivo fazer ver a arte contemporânea francesa na América’ e foi concebido ‘como um resumo, uma síntes (…) da estética Art déco’ (Marionone, p. 70), dois anos antes da Exposição. Para chegar à obra de arte total, trabalharam nos cenários, Alberto Cavalcanti, Claude Autant-Lara, Fernand Léger e Mallet-Stevens, responsável pelas edificações visíveis no filme. À música de Darius Milhaud é associada ao final uma montagem ultrarrápida. Como afirma Marionone, L’Inhumaine é um ‘filme Art déco por excelência’ (idem). |
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Bibliografia | BRÉON, E.; ESCANDE, D.; LOUPIAC, C.; MANIER, A. e MARIONONE, I. Création et vie artistique: au temps de l'exposition de 1925. [Paris]: Centre national de documentation pédagogique, 2006.
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