ISBN: 978-85-63552-14-3
Título | Fragmentos de uma experiência: as animações do CEC de Ribeirão Preto |
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Autor | Fernando Aparecido Ferreira |
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Resumo Expandido | Após tomarem conhecimento da obra de Norman McLaren numa sessão especial do cineclube local, Rubens Francisco Lucchetti e o artista plástico italiano Bassano Vaccarini, radicado no Brasil, fundaram em 1960, no interior de São Paulo, o Centro Experimental de Cinema de Ribeirão Preto (CEC). O CEC teve vida curta, mas profícua. Em seus três anos de existência, produziu 11 curtas de animação, organizou o I Festival do Cinema de Animação ocorrido em nosso país, na cidade de São Paulo, em 1962 e contribuiu significativamente para promover a animação brasileira no exterior. Ao lado do paulistano Roberto Miller (outro influenciado por McLaren), o CEC ocupa um lugar de destaque na animação brasileira dos anos 1960, tendo sido citado em diversas publicações nacionais e internacionais. Apesar do nome pomposo, que sugere a presença de um grande grupo, as produções do CEC foram concebidas e produzidas somente por seus dois fundadores, com a colaboração do fotógrafo Tony Miyasaka e do sonoplasta Milton Rodrigues. Necessariamente experimentais e artesanais, estas produções, sendo em sua maior parte realizada com a técnica da animação direta (desenhada na película) e do stop-motion, hoje se encontram perdidas, tendo restado somente copiões de testes, esboços, sobras de filmes inacabados e fragmentos deteriorados de algumas produções que foram finalizadas. Tomando estas imagens “sobreviventes” como objeto de estudo, e auxiliado pelos depoimentos e registros fotográficos de Rubens Francisco Lucchetti, o presente trabalho tem por objetivo revelar, analisar e compreender os resultados estéticos e poéticos atingidos pelas produções do CEC, situando-as tanto no contexto histórico do cinema de animação do Brasil como do exterior. Devido ao caráter unicamente indicial do objeto de estudo, que impossibilita a apreensão dos filmes enquanto discursos audiovisuais completos, pretende-se mais do que chegar a uma afirmação (ou confimação) do valor estético destes filmes, tentar compreender o que implicava “animar” para Lucchetti e Vaccarini, revelar como eles elaboraram a ilusão do movimento em seus filmes e quais efeitos eles produzem no espectador. Em outras palavras, tentar-se-á identificar os procedimentos empregados e as intenções discursivas presentes nas animações do CEC, relacionando estas descobertas às teorias e à história do cinema de animação e do cinema experimental. Entre outras referências, este trabalho utilizará principalmente os pressupostos elaborados por Marina Estela Graça (2006) para a análise da imagem animada. Tendo por objeto de estudo um material praticamente inédito e desconhecido, que estará sendo apresentado à comunidade acadêmica e aos estudiosos do audiovisual, acredita-se que esta pesquisa contribuirá não só para resgatar um momento da história do cinema de animação em nosso país como também propiciará uma melhor compreensão das práticas desenvolvidas no Brasil, neste campo. |
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Bibliografia | BENDAZZI, G. Topolino e poi - cinema d'animazione dal 1888 ai nostri giorni. Milano: Il Formichiere, 1978.
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