ISBN: 978-85-63552-14-3
Título | Argentina e Brasil - aproximações através da coprodução internacional |
|
Autor | Hadija Chalupe da Silva |
|
Resumo Expandido | Esta proposta tem como desejo identificar, e analisar, quais foram as políticas criadas pelos governos da Argentina e do Brasil, com o intuito de estruturar um mercado cinematográfico nacional autossuficiente.
Notamos um crescimento da produção desses dois países a partir da década de 1990, com a retomada de algumas ações, ou órgãos que haviam sido extintos. Em alguns momentos, criando inclusive novas autarquias que se adequassem ao novo cenário político, como o caso da criação da ANCINE e o INCAA. Além da criação de novas legislações e projetos voltados para o incremento dessa nova produção cultural e artística, como a Lei Rouanet (1991) e a Lei do Audiovisual (1993) no Brasil e o Decreto 1248/2001, que modificou a Lei de Fomento a Atividade Cinematográfica Nacional, da Argentina. Com a reestruturação da produção de filmes nesses países, estes passaram a enfrentar outras problemáticas, como a circulação e o retorno dos valores investidos. Problemas consequentes de uma mesma equação, pois a primeira diz respeito a como programar (e manter) essas obras tempo suficiente nas salas de cinema, enquanto a segunda ao número de pessoas interessadas em assistir tais obras. Ou seja, quanto maior o tempo e o número de pessoas, maior o retorno nas bilheterias e mais chances das empresas envolvidas possuírem capital para investirem em outras produções. Além disso, o tempo de exposição nas salas de cinema estimula a carreira do filme de forma positiva nas demais janelas de exibição. Por questões metodológicas não voltaremos nossas atenções para os projetos criados para o fomento exclusivo de produções nacionais, nosso interesse está nas políticas e projetos criados que incentivem e fomentem a integração da produção entre esses países, configurando o que chamamos de coprodução internacional. Veremos que essas cinematografias emergentes utilizaram como estratégia para fortalecimento de seus mercados a criação de projetos que integrem ambos os países. Essa associação é usada como estratégia para minimizar as assimetrias existentes no campo da produção e difusão de obras criadas tanto pelo Argentina como pelo Brasil. A obra cinematográfica só completa sua função quando é apreciada por seu público e essa exposição possui relação com o binômio janela e território. Os dois termos remetem a locais, entretanto de formas distintas: o primeiro evoca o sentido de formato (cinema, home vídeo, TV aberta, ou assinatura), já o segundo, o de localidade (países, estados, cidades). Quanto maior o número de associações, ou de permutas, maior a probabilidade da obra recuperar o valor investido em sua produção. Mas não é qualquer filme que consegue expandir sua circulação para terras estrangeiras. Para conquistar os espectadores de distintas nacionalidades é necessário que o filme possua elementos de interesse desse público, que pudessem identificar e se fidelizar a obra. Seja através de uma situação específica contida na narrativa do filme, quanto a participação de um ator(iz) específico(a). Esse fato faz com que seja estimulada a modalidade de produção conhecida como coprodução internacional. Isso porque, além da empresa produtora poder compartilhar as despesas que serão investidas no filme, elas poderão trabalhar de forma que uma auxilie a outra na inserção de elementos que sejam comuns a cada cultura, aumentando a probabilidade de criar uma obra transnacional orgânica. Esse será o objeto de análise neste ensaio, a retomada sistemática da produção cinematográfica, em especial as brasileiras realizadas em coprodução com a Argentina. Optamos voltar nossas atenções para este país inicialmente, pois ele foi o primeiro da América Latina iniciar um processo de diálogo de parceria, ainda na década de 1940. |
|
Bibliografia | FILME CULTURA: Edição Fac-similar 1-48, Rio de janeiro: Ministério da Cultura, CTAv, vol. I-V 2010.
|