ISBN: 978-85-63552-14-3
Título | Antropologia do Cinema Nativo Latinoamericano |
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Autor | Juliano Gonçalves da Silva |
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Resumo Expandido | Espera-se com o trabalho refletir sobre a fundamentação de uma leitura antropológica do cinema e um esboço na direção da constituição de uma etnografia do cinema. Para cumprir esse objetico, irá se identificar as diferentes formas de representação dos personagens indígenas em alguns filmes de cinema de ficção latino-americano, e identificar as relações de gênero que estruturam os seus personagens, nas filmografias analisadas; identificar como são representadas as relações entre índios e brancos e como se estruturam suas dinâmicas de poder; sua indumentária, habitação, linguagem verbal e não verbal (gestual); os contextos históricos em que os personagens indígenas aparecem de forma mais freqüente e porquê; comparar as formas pelas quais os índios são representados pelas filmografias analisadas de cada uma das sociedades e quais são as diferenças e semelhanças. Pretendo também identificar as cosmologias e os mundos indígenas presentes em cada filme e os contextualizar através da análise das relações de gênero e da identidade chegando aos mitos e ritos. Por Mundos Indígenas entendo o Universo que cada filme constrói, uma mise en scène própria e nesta estrutura personagens, enredos, diálogos, esses são operacionalizados de acordo com a visão de mundo de roteiristas, diretores, técnicos, criando mundos próprios em cena. Neste mundo cada personagem indígena se move e vive, através de um ethos e visão de mundo própria e específica. Existe uma tendência dominante que vem da historiografia do cinema européia onde predominariam as noções de afirmação do nacionalismo e da tradição. Pierre Sorlin, um de seus principais representantes, aponta a história das cinematografias nacionais como idéia persistente relacionada a nação e a cultura. Já Roberto De Gaetano pensa o nacional pela geografia, considerando as construções de cartografias (que conteriam as trajetórias conceituais (filosofia), visuais (iconologia), narrativas (narratologia), discursivas (semiótica)) como a forma de encontro espacial do tempo ao cinema, numa espacialidade própria. Contra os defensores da centralidade temporal o deleuziano, fala que os signos da arte não devem ser objeto de um “olhar arqueológico”, de uma abordagem rigorosamente diacrônica”(AMANCIO, 2012 p.90), defendendo sua visão do paradigma cartográfico estético como materializado no conceito de paisagem. Irei incluir neste trabalho os filmes que se seguem por conterem enquanto protagonistas, personagens indígenas: El violín, de Francisco Vargas Quevedo. 2006, México; Madeinusa, de Claudia Llosa. 2006, Peru; Tainá 3, a origem. Tânia Lamarca, 2013, Brasil ; Insurgentes, Jorge Sanginés, 2012, Bolívia. Assim se busca identificar as diferentes formas como as personagens indígenas foram representadas e analisar o conteúdo destas representações a partir dos diferentes contextos e paisagens dessas cartografias nas cosmologias da diferença, presentes nos filmes analisados e nas sociedades onde eles foram realizados, criando a nação dos personagens. |
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Bibliografia | AMANCIO, Tunico e Tedesco, Marina Cavalcanti. Brasil – México: aproximações cinematográficas. Niterói: Editora da UFF, 2011.
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