ISBN: 978-85-63552-14-3
Título | As marcas televisivas na atual comédia cinematográfica brasileira |
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Autor | Miriam de Souza Rossini |
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Coautor | Fatimarlei Lunardelli |
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Resumo Expandido | A proposta desta apresentação é discutir o impacto da participação televisiva na atual produção cinematográfica brasileira, a partir da série Se eu fosse você 1 (2006) e 2 (2008), de Daniel Filho, que juntos somam quase dez milhões de espectadores. A discussão faz parte da pesquisa "Cinema Popular Contemporâneo: modelos estéticos e narrativos do cinema brasileiro", desenvolvida junto ao PPGCOM/UFRGS, e com financiamento do CNPq. Após duas pesquisas analisando os compartilhamentos de produção entre cinema e televisão, observou-se que há laços mais intrincados que não visam apenas a grade televisiva e nem projetos em comum entre os meios. Filmes mais recentes mostram como realizadores do meio televisivo e do cinematográfico têm se aproximado para produzir para o cinema, usando uma linguagem estética e narrativa que muitas vezes é identificada como televisiva. Dentro da dimensão mercadológica pós-retomada, verifica-se que especialmente o gênero da comédia vale-se de modelos estéticos e narrativos que dialogam com as tradições populares do cinema brasileiro, ao mesmo tempo em que se beneficiam da atualização de um gênero bem-sucedido feito pela televisão. Um dos períodos de maior sucesso de público do cinema nacional corresponde ao auge das comédias populares, produzidas entre os anos 40 e 50. Com o surgimento da televisão e a decadência daquele modelo produtivo cinematográfico, houve uma migração significativa de profissionais do meio cinematográfico para o televisivo. Um desses profissionais, que começou sua carreira nos anos 50, atuando em comédias, é Daniel Filho. Ele retorna ao mercado do cinema na última década para dirigir, produzir e atuar, trazendo uma experiência estética e narrativa consolidada na televisão, o que resulta em filmes de sucesso de bilheteria. Essas novas comédias resultam de uma combinação entre uma tradição cinematográfica que é recuperada e um padrão estético-narrativo decorrente dos avanços tecnológicos e produtivos da televisão. |
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Bibliografia | ALTMAN, Rick. Los géneros cinematográficos. Barcelona: Paidós, 2000.
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