ISBN: 978-85-63552-14-3
Título | A permanência e a transformação de imagens e sons de TV: desafios |
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Autor | Esther Hamburger |
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Resumo Expandido | A disponibilização recente de acervos de televisão abre novas perspectivas para os estudos de cinema e audiovisual.
O aparelho de “televisão” ou “visão à distância” é uma das invenções que revolucionaram as concepções de tempo e espaço entre o final do século XIX e início do século XX. As experiências tecnológicas que deram origem à televisão se confundem com as pesquisas que resultaram na invenção do telefone, da fotografia, do cinema e do rádio. A televisão se manteve relativamente inalterada por cerca de trinta anos. A transmissão a cabo, o vídeo tape, o satélite e a cor garantiram alguma novidade durante as primeiras décadas de funcionamento do meio. Recentemente a televisão vem sendo sacudida por transformações na programação, nas formas de audiência, produção e difusão. As emissoras estão em crise, ameaçadas pela proliferação de formas de acesso direto à programação. A rede mundial de computadores funciona como meio de difusão alternativo, mas também como acervo fragmentado a partir do qual é possível compilar e reinterpretar. A disseminação de fragmentos de acervo televisivo contrasta com a dificuldade de consolidação de acervos sistemáticos. Aonde existem, acervos como o acervo do INA francês permitem repensar paisagens audiovisuais e movimentos cinematográficos. A definição de formatos e formas de disponibilização de acervos televisivos atualiza a disputa em torno de repertórios de imagens e sons Com base na experiência em projeto de digitalização de acervo e na análise de obras televisivas recentemente comercializadas, esse trabalho problematiza as relações fragmentadas que temos com repertórios de imagens, uns mais compartilhados que outros. Esse trabalho sistematiza as dificuldades técnicas e políticas em torno de acervos virtuais no Brasil de hoje. A disponibilização comercial de obras televisivas esbarra na falta de critério de edição. A disponibilização pública de acervos esbarra em limitações técnicas, políticas e legais. O trabalho relata esforço de digitalização e disponibilização em curso com o acervo da extinta TV TUPI, telejornal e teleficção; o trabalho analisa também obras de ficção televisivas disponíveis para aquisição em caixas de DVDs e em versão com baixa resolução no You Tube ou em sites específicos. Quais são os desafios postos para acervos televisivos no Brasil? Qual o potencial desses acervos para a realização e para a pesquisa audiovisual? Quais são as políticas em torno da apropriação de acervos televisivos? Quais as especificidades dos aquivos de imagens e sons de TV? Arquivos como fontes para arqueologias audiovisuais. Arquivos como patrimônios que captam, expressam e talvez possibilitem a reconfiguração de relações de poder. |
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Bibliografia | Adorno, T. W. (1975). "Culture industry reconsidered." New German Critique n. 6.
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