ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | CINEMA - AMANHECER AFRICANO. |
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Autor | paulo braz clemencio schettino |
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Resumo Expandido | É sabido que duas novas tecnologias desenvolvidas ao longo do séc. XIX – a Fotografia e a Cinematografia – viriam, como fizeram, influenciar substancialmente tanto as práticas quanto os produtos da Imprensa. A primeira propiciando a competência para reter sob a forma de imagens a fixação do instante no exato momento da ocorrência do fato, e a segunda, dar alma e vida às imagens apreendidas. E, na virada para o novo século as primeiras agências noticiosas passaram a enviar seus correspondentes para os quadrantes do mundo, agora munidos de câmeras a captarem fotos e filmes para gáudio de seus leitores europeus. As imagens de mundos exóticos passaram a ser consumidas com sucesso estrondoso nas primeiras páginas do jornal e nas telas das salas de exibição do Cinema – fotos e filmes constituindo desde então a principal fonte de construção do imaginário popular.
O século XX tem início com os países colonizadores europeus guerreando para abocanhar cada um para si a maior e melhor porção do ‘paraíso negro’ – e de 1914 a 1918 quase se mataram cruentamente. É dessa época a adjetivação de ‘belga’ para a palavra ‘congo’; do uso da denominação de ‘áfrica do sul’ para a região extrema inferior do continente com suas jazidas de diamantes; e do deserto equatoriano do Sahara, ao norte, como ‘áfrica francesa’. Dos seus habitantes naturais ficou em nossas mentes a imagem do antropoide gigante ‘kong’ cultuado como ‘king’; a bravura e crueldade dos mercenários, bandidos e fugitivos de todos os países do mundo, recolhidos pela França em sua ‘legião estrangeira’ – protagonista de incontáveis livros e filmes de aventura; e, principalmente, a fila de carregadores das tralhas do branco invasor perlongando a cantar, submissos, as trilhas do continente em direção aos tesouros ocultos e imaginados desse negro ‘eldorado’. Aos poucos, a segunda metade do século XX estarrecida viu o surgimento das violentas insurreições populares como frutos do amadurecimento de sentimentos nativistas e cansaço das diversas formas de escravidão, mascaradas por mudanças nas formas de colonização. Todo o continente se levantou e nações novas, negras, redesenharam o mapa da África. O arquipélago de Cabo Verde nos oferece em dois livros de que participamos em 2013 o seu ponto alfa – a contextualização, isto é, onde e quando tudo começou - para a concretização de algo sonhado e que então se inicia – o instante do dar-se a partida da viagem empreendida da Ideia ao Texto. Desfilam ante nossos olhos a África submissa, a África insurgente, e a África de nossos dias, esta última acima de tudo inda que tardiamente, moderna. O pesquisador cabo-verdiano Silvino Lopes Évora nos dá o histórico do desenvolvimento econômico da região com sua gente aprendendo a lidar com o capital e com as empresas que para lá se dirigiram. Enquanto em uma aula magistral de história do Audiovisual, Mário Vaz Almeida nos conta como é começar uma cultura audiovisual iniciada pela tecnologia da imagem eletrônica sem passagem pela cultura do Cinema.. Sob o título saboroso, ao menos para nós brasileiros que diferente uso fazemos da palavra ‘arrepiar’, e no contexto cabo-verdiano entendemos como ‘desbravamento’, o livro ‘As Ciências da Comunicação em Cabo Verde – Arrepiando os caminhos do conhecimento’, foi organizado por Silvino Lopes Évora e Alfredo Pereira. O arquipélago que serviu aos senhores colonialistas por anos, por décadas, por longos séculos de inteira submissão, essa serva da escravidão total e forçada, agora está de pé. Dir-se-ia estarem na infância de sua identidade de libertos ainda aprendendo a se governar dado que apenas nos meados dos anos 50 ousaram rugir e partirem para a luta. 1975 – ano de sua Independência – que para nós brasileiros foi ontem! Paulo Braz Clemencio Schettino - UFRN/ASL Osvando José de Morais - UNESP |
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Bibliografia | ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte Poética. São Paulo: DIFEL, 1964.
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