ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | A Socine e a produção do conhecimento em cinema brasileiro |
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Autor | SUELY DOS SANTOS SILVA |
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Resumo Expandido | O cinema tem importante participação na constituição da história de cada país, o que, no Brasil, não foi diferente. O cinema representa uma forma de registro das representações que autores, diretores e atores captam do cotidiano do país, criando a partir de imagens/sons, que constroem e/ou reconstroem o mundo social. O filme pode retratar outra forma de perceber acontecimentos ou formas de encarar ameaças, medos, angústias, esperanças etc., reais ou imaginadas. É por isso que formas de organização da sociedade, das instituições e da realidade são constantemente filmadas e assistidas. Tendo em vista esses diferentes modos de produção cinematográfica, as pesquisas a seu respeito abarcam o que Ramos (2011, p. 47) delimita como: “A área de estudos de cinema envolve um conjunto de imagens/sons, mais ou menos articulado em dimensão narrativa, a partir de uma miríade de estilos.”.
Considerando a relevância desse tipo de produção no país, a presente pesquisa, ao tomar como objeto de investigação a Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), tem a finalidade de caracterizá- la como um agente coletivo em atuação para delimitação e consolidação – através das pesquisas e publicações que faz – do campo cinematográfico. Esse campo se constitui com certa abrangência, tal como apontada por Ramos (2011, p. 47): “Na definição de campo cinematográfico, podemos incluir animações digitais, trabalhos experimentais em proximidade com a videoarte e narrativas extensas que cotejam novelas ou minisséries televisivas.”. Observemos que o termo incluir utilizado pelo autor é parte da dimensão estruturante principal característica de um campo. A história do cinema brasileiro registra, em geral, que as pessoas persistem nessa atividade, independente de qual seja a intencionalidade delas com o produto resultante desse trabalho: o filme. Conforme pontua Bernardet (2009), a história registra também as constantes crises vividas pelo cinema brasileiro. Se períodos de crescimento e crises se alternaram até recentemente, a primeira década do século XXI é apontada como de crescimento por Ramos e Miranda (2012, p. 11), pois “Trata-se de um período no qual a produção do cinema brasileiro decolou em termos quantitativos, conquistando um espaço que há poucos anos parecia distante.”. Tanto a produção de filmes quanto a investigação acadêmica sobre o campo cinematográfico tornam conhecidos o cotidiano das relações e os círculos de poder, o que permite a instauração da construção ou reconstrução das formas identitárias de nação, representação, identidade, cultura, valorização dos bens simbólicos etc., de modo a constituir um panorama a respeito do que seja o povo brasileiro. Ao ser veiculado por meio de festivais, mostras, palestras em congressos, seminários, encontros, simpósios, esses conteúdos são re)significados, embasando novas pesquisas e, especialmente, o que ficou evidenciado aqui: o esforço que os pesquisadores fazem para inserir temas esquecidos ou filmados e interpretados com viés ideológico-político muitas vezes tendenciosos. Esse fenômeno de construção simbólica, ao ser tomado em pesquisas e publicações, favorece o debate em torno delas e, no limite, amplia a produção e o consumo de bens culturais concretizando a democratização de ambos. Defendemos que a pesquisa acadêmica é estrutural para o país e que sua consolidação diz respeito à estratégia de desenvolvimento em diversos domínios da produção do conhecimento. O surgimento de entidades e grupos que, como a exemplo da Socine, encampam como forma central de atuação, a consolidação e divulgação do conhecimento. À medida que se amplia o número de mestres e doutores que em suas atividades laborais nas universidades, fazem pesquisas individualmente e/ou em grupos implantando, ampliando e consolidando espaços para a iniciação científica nas graduações onde atuam. Tal iniciativa compreende novas formas de ação e atuação possíveis no período de redemocratização do Brasil. |
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Bibliografia | AGEL, H. O cinema tem alma?. Belo Horizonte: Itatiaia, 1963. 101 p.
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