ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | Imagem sensorial em campo artístico: uma abordagem de Vida Humilde |
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Autor | Breno Morita Forastieri da Silva |
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Resumo Expandido | Esta pesquisa conjuga três esferas: as reflexões sobre o campo artístico de Iuri Lotman, os escritos de Sergei Eisenstein e a produção cinematográfica de Aleksandr Sokúrov (1951-). Ainda que este estudo não se pretenda como uma análise semiótica, alguns dos conceitos deste campo do conhecimento, conforme formulados por Lotman, serão utilizados para delinear traços distintivos do campo artístico. Estabelecidas algumas referências conceituais, será apresentado de que maneira, algumas das qualidades cinematográficas propostas por Eisenstein encontram ecos na realização particular de Aleksandr Sokúrov. Em seguida, de que maneira, em Vida humilde (1997), pode se entrever a construção de uma imagem de dimensões sensoriais.
O exame que Lotman faz sobre a esfera artística é delineado por sua perspectiva do estudo da arte como sistema de comunicação. Esta abordagem, em seus esforços para dar conta das nuances da arte, possui qualidades que consideram a dinâmica da cultura, e, como consequência, a inesgotabilidade de sua compreensão. O que irá nos interessar é, principalmente, o mecanismo de modelização da linguagem, no caso o da linguagem cinematográfica, com o intuito de investigar a construção de uma imagem de dimensões sensoriais no filme Vida humilde (1997), de Sokúrov. A hipótese da sensorialidade da imagem é um dos desdobramentos do conceito de imagem que pode ser encontrados nos escritos de Eisenstein a partir, mas não exclusivamente, do final da década de 1930. Em montagem 1937, por exemplo, Eisenstein distingue imagem de representação. Atribuindo às representações o papel de matéria-prima para as imagens. Assim, este conceito não considera a imagem em sua expressão física no mundo, como por exemplo uma mancha sobre uma película; mas como uma totalidade imaterial que surge no interior do espectador. De maneira tal que, ao realizador, caberia escolher os elementos de montagem em função da maneira como eles poderiam estimular os órgãos sensoriais do espectador. Com o instrumental teórico apresentado é proposta uma análise, do ponto de vista da linguagem cinematográfica, da construção das cadeias de sensações e percepções espaço-temporais do narrador-viajante no filme Vida humilde, de Aleksandr Sokúrov. |
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Bibliografia | ALBERA, François. Eisenstein e o construtivismo russo: A dramaturgia da forma em “Stuttgart”(1929). Trad. Eloísa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. Título original em francês: Eisenstein et le constructivisme russe – Stuttgart, dramaturgie de la forme.
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