ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | Desenhos narrativos no webdocumentário |
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Autor | Tatiana Levin Lopes da Silva |
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Resumo Expandido | O webdocumentário pode ser definido como um documentário interativo digital, não-linear e on-line, sendo visto como um movimento de experimentação no campo do documentário e um espaço para o surgimento de novas formas documentais. As plataformas e tecnologias digitais conformam um ambiente midiático que vem a reconfigurar tanto a forma do documentário quanto a experiência proporcionada por ele. A fragmentação da história é a ferramenta para desenhos narrativos diversos dentro de um mesmo produto, sendo o planejamento do engajamento do espectador fundamental no desenho narrativo. A experiência proporcionada por um documentário interativo agrega diferentes expectativas, que vão do brincar no ambiente da história a ter voz ao participar com conteúdo audiovisual ou com opiniões, ou simplesmente navegar no seu próprio tempo de modo interrompido ou contínuo por diferentes caminhos que servem para compor a narrativa. Por ser on-line, exige a conectividade para existir. Com diferentes modos de interatividade, promove experiências dinâmicas fundamentadas num universo narrativo. Nos interessa examinar esses documentários que dentro das características citadas, organizam-se a partir de uma base de dados, a qual garante a existência de um planejamento narrativo definido. Em busca de uma metodologia que dê conta da análise do webdocumentário, buscaremos trazer alguns padrões narrativos a partir do estudo das unidades mínimas narrativas e do desenho das possibilidades de montagem das mesmas com base na nossa percepção de um conjunto de webdocumentários. Dentro dessa organização narrativa prévia, verificaremos ainda o planejamento do engajamento do espectador como navegador, comentador ou criador. No nosso estudo de padrões narrativos, tomamos como base as abordagens de viés cognitivista onde a narrativa é tomada como “uma atividade perceptual que organiza dados dentro de um padrão especial que representa e explica a experiência” (BRANIGAN, 1992, p. 4). Edward Branigan diz ainda que “a narrativa pode ser vista como uma organização da experiência que unifica muitos aspectos da nossa percepção espacial, temporal e causal”. Finalmente, para o mesmo autor, “narrativa é assim uma interpretação global de dados que mudam, medida por meio de tipos de relacionamentos” (BRANIGAN, 1992, p. 4). O documentário digital pós-filme e televisão exige que testemos abordagens teóricas que deem conta de um cenário em constante movimento onde a audiência é engajada para além do processo de assistir a algo e de interpretar um conteúdo. Nosso desafio é dar conta desses dois textos: o que existe enquanto forma documental convencional e o que se organiza a partir das características do meio no qual está inserido, a web neste caso. Bill Nichols é um autor referência que se debruçou sobre as especificidades do gênero documentário. Encontramos sua influência em diferentes autores que estudam o documentário interativo, sendo sempre necessário outras ferramentas para dar conta do fenômeno. Temos observado no entanto poucas abordagens com foco nas questões de narrativa. Portanto, a partir de Branigan e de Nichols falaremos da experiência narrativa porporcionada pelo web-documentário, confrotando essa fala com materiais vindos de autores que falam de webdocumentários. |
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Bibliografia | ASTON, Judith et al (Ed). Studies in Documentary Film, vol 6, n 2, Reino Unido, 2012, pp. 125-139.
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