ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | Um saber, um experimentar: a formação em escolas livres de audiovisual |
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Autor | Rúbia Mércia de O.Medeiros |
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Resumo Expandido | É possível aprender cinema na Escola? Ou a sétima arte ainda é privilégios de poucos? No modelo americano de ensino, onde a práxis impera, vende-se o mito que todos podem aprender a técnica para fazer parte do grande mercado cinematográfico. Por técnica entende-se, a priori, dominar os macetes básicos e truques e estéticas especificamente tecnológicos para produção de filmes espetaculares e midiáticos ou, em um aprendizado que está calcado principalmente na competência, eficácia e sucesso. Mas como pensar outras formações no âmbito do audiovisual que ultrapasse esse modelo hegemônico? Como pensar que o cinema é, antes de tudo, uma arte híbrida, que se desloca de um olhar meramente cinematográfico e que expõem rastros de um cinema clássico e ao mesmo tempo busca na contemporaneidade descrever e escrever com a imagem e som outras formas de se pensar o audiovisual? Investigaremos aqui outros modelos de formação audiovisual que esteja calcado num outro "jogo de cena", uma formação que permita lidar com os possíveis, um estudo sobre processos de formação audiovisual em escolas públicas de ensino de artes. Em específico, essa proposta analisará um processo de formação audiovisual, que busca estimular nos alunos a ampliação dos sentidos da realização em audiovisual. Em que procura-se, o tempo todo, refletir acerca das possibilidades de se repensar modelos hegemônicos, pautados na centralidade criativa e hierarquizada. Nesta proposta, o objeto aparente de nosso estudo é a Escola Pública de Audiovisual da Vila das Artes, sediada na cidade de Fortaleza-Ceará. Esta proposição apresenta a Escola como modelo alternativo, onde aponta-se para a ideia da realização coletiva, da divisão responsável de tarefas e papéis, bem como a participação real de todos os membros das equipes nas instâncias de decisão acerca dos processos. A Escola Pública de Audiovisual surge em 2006 como fruto de um movimento de autores-pensadores independentes, que preocupados com a criação da imagem e som e de sua dimensão política no processo de construção da identidade e do exercício da cidadania. Analisaremos os métodos, buscando interligar e avaliar as multiplicidades, e união do cinema com a educação. O que esse método, esse tipo de formação, pode no mundo hoje a partir da vida e do cinema e como reverbera os processos de formação que se descolam da Escola e tomam o mundo a partir dos exercícios, filmes e ações realizadas no curso e nos encontros? Problematizar os planos, entender o fora de quadro como também linguagem, deixar o tempo se estender para além do ideal do plano, ouvir os ruídos da cidade, narrar uma imagem, escutar o silêncio. São pequenas e ao mesmo tempo grandes diretrizes que norteiam os modos de operar da Escola. Que tem como objetivo principal a formação de um olhar atento e critico acerca do audiovisual, com propostas de fomentar o surgimento de novos realizadores, pesquisadores, cineclubistas, e outras formações que tem o cinema como horizonte principal. Entendemos o audiovisual no sentido expandido atravessado por expressões artísticas contemporâneas onde o cruzamento de linguagem é inerente à formação. Habitar a Escola de Audiovisual é ao mesmo tempo fazer parte de uma cena de produção audiovisual que é constante e que ao mesmo tempo problematiza a própria produção, assim fazendo parte e compondo a cena audiovisual de uma cidade (Fortaleza), essas produções se proliferam e saem caminhos afora, tomam outros nortes, passeiam por outras telas. Entende-se aqui a produção audiovisual de forma mais estendida que explora os caminhos de um ciclo cinematográfico que, além de realizar, também se pensa nos circuitos outros de exibição, reiterando aqui os Cineclubes como campo possível de distribuição de obras audiovisuais, trabalhando com a formação de platéia, inclusive. Há, também aqui, o pensamento crítico sobre como os filmes afetam o outro. É um quase compor uma ação de curadoria que escolhe, enquadra, defini as ações. |
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Bibliografia | BERGALA, Alain. Hipótese -cinema. pequeno tratado de transmiss˜åo do cinema dentro e fora da escola. Rio de Janeiro. 2008.
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