ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | Conversando com jovens sobre imagens: entre o cinema e a escola |
|
Autor | Aristóteles de Paula Berino |
|
Resumo Expandido | A proposta de apresentação do trabalho “Conversando com jovens sobre imagens: entre o cinema e a escola” reúne parte dos resultados alcançados com a pesquisa Juventudes: circulação das imagens e fruição de identidades entreatos curriculares, desenvolvida entre os anos 2010 e 2013, no Colégio Técnico da Universidade Rural (CTUR/UFRRJ). Sediado na cidade de Seropédica, na Baixada Fluminese, o CTUR recebe especialmente estudantes da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro e também de cidades da região.
Com a pesquisa o pretendido foi discutir a presença das imagens, um jogo entre recepções, ressignicações e autorias, na realização das entidades juvenis. Com a multiplicação e convergências das mídias, há uma cotidiana e recorrente interação entre o consumo, a reprodução e a recriação de imagens. É pregnante a presença das imagens na formação dos princípios sociais, dos comportamentos, das experiências e das subjetividades na modernidade tardia. Para o trabalho especificamente submetido à avaliação para ser aqui apresentado, vou me deter nas imagens do cinema e seus encontros com as identidades juvenis. Encontros, na verdade, diversos, mas que serão destacados a propósito da sua circulação entre a cidade e a escola, presentes nas narrativas de alunos e alunas do colégio que a pesquisa conduz. Não podemos pensar nas juventudes sem observar as tessituras econômicas, sociais e culturais que desenham suas existências, espaços vividos em que os jovens presentificam também suas identidades, influenciados, mas nunca absolutamente determinados. As juventudes resultam de ideologias, propagandas e modelos educativos, mas principalmente são mais do que isso. Reativas e criativas, são, sobretudo, diferenças que se constituem, muitas vezes, a contrapelo dos endereçamentos que lhes são dirigidos e destinados. O cinema, através não apenas das “salas de cinema”, mas também da TV, dos filmes exibidos na escola, baixados na internet e ainda assistidos em diferentes dispositivos, faz parte da formação dos jovens. Com o cinema os jovens tornam-se também o que são. Não existe juventude urbana sem as imagens do cinema. Não no sentido de um modelo reproduzido de forma fiel e absoluta a partir da imposição de imagens. Mas trata-se de uma juventude que vai ao cinema e se utiliza de outras mídias para conhecer as produções. Conhece personagens e dialoga com essas projeções, debatendo suas vidas, em variados aspectos: sexualidade, família, escola, sociedade etc. Para esses “diálogos” dos jovens com o cinema, realizei encontros no colégio para assistir filmes e conversar. Contei com a colaboração de professores do colégio e da assistência de orientandos de iniciação científica, que cursam Pedagogia na UFRRJ e participaram ativamente das rodas de conversa com esses alunos. A metodologia desses encontros foi orientada pelas concepções de Paulo Freire sobre “educação dialógica” e também pelas concepções do cineasta Eduardo Coutinho sobre “conversas” e “encontros”. Filmes exibidos: Juno (2007, USA-Canadá), Escritores da Liberdade (2007, EUA) e Entre Muros da Escola (2008, França). |
|
Bibliografia | AUMONT, Jacques. A imagem. 2a. ed. Lisboa: Texto & Grafia, 2005.
|