ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | “Novos Cinemas”: renascimentos, promessas e invenções. |
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Autor | Laurette Emilie Pasternak |
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Resumo Expandido | Para Jean-Louis Leutrat, « Uma grande obra é o cruzamento de um questionamento formal e de uma interrogação vital. ». Levando em conta esta premissa, a questão autoral seria um dos pontos essenciais para se adquirir o status de “Novo Cinema”? Por conseguinte, partindo da dimensão formulada por Frodon, que as cinematografias como as civilizações são mortais, como apreender os chamados “Novos Cinemas” a partir da perspectiva de “promessa”? O “Novíssimo Cinema” encarnaria a representação de talentos emergentes da cinematografia e de escrituras fílmicas inovadoras ou seria um termo criado em festivais? “Novos Cinemas” é uma questão de recepção ou uma expressão forjada como forma de legitimação pela crítica de cinema para classificar filmes de jovens talentos emergentes?
Uma série de questionamentos sobre os “Novos Cinemas” e o recente cinema brasileiro é um sujeito interessante de análise a partir da tão já discutida « retomada » nos anos 90. Um período de renascimento, de diversidade de estilos e de escritas, de projeção nacional e internacional. A implementação de dispositivos e políticas de promoção e de difusão do cinema brasileiro aliados ao aparecimento de novos pólos regionais de produção é também uma das características importantes deste período. Nas últimas três décadas, o cinema brasileiro seguiu seu curso, como no caso, de outras cinematografias mundiais, com períodos de mais projeção ou de menos expressividade. O exemplo brasileiro pode ser comparado com o movimento de « Novos Cinemas » Latino-Americanos ou com práticas de outras latitudes, como o cinema contemporâneo do leste europeu, salientando-se o cinema romeno como o mais representativo nos últimos anos ou ainda, com cinemas em voga de alguns países asiáticos. Analisando a projeção internacional de certas cinematografias mundiais averigua-se uma conjuntura de invenções e de processos de difusão para o reconhecimento destas cinematografias. A França, através dos seus festivais e da tradição da crítica de revistas especializadas, tem um papel decisivo nesta construção. Constata-se que um dos parâmetros para se adquirir o status de um “Novo Cinema” como forma de legitimação ou sobre valor de uma obra fílmica é o da participação em festivais de cinema, principalmente junto ao Festival de Cannes, reconhecido por traçar um mapa da cinematografia mundial. Em suma, o objetivo desta proposta de comunicação é o de refletir sobre os processos de construção e de projeção da cinematografia brasileira contemporânea levantando um corpus de filmes ou de cineastas constituintes do chamado “Novo Cinema” e considerando o sucesso ou as ações de promoção através de festivais ou críticas no território francês. Para isso, o trabalho do pesquisador Alexandre Figueirôa Ferreira, que analisa o Cinema Novo como uma invenção da crítica francesa, é fundamental para se refletir aspectos sobre a difusão e a percepção do cinema brasileiro contemporâneo na França. Portanto, nesta abordagem nos parece fundamental, igualmente, evocar a questão das indústrias culturais como relevantes neste processo de construção de cinemas nacionais. Tomando como referência as recentes pesquisas organizadas sobre Bollywood, Industrie des Images pelo pesquisador Kristian Feigelson, tendo como base o modelo de produção de imagens na Índia para se confrontar com certos aspectos da “indústria cultural e criativa” do Brasil. Para isso, além das pesquisas e pensamentos levantados anteriormente, as discussões e estudos realizados por Cezar Migliorin, André Brasil, Lúcia Nagib, Stephanie Dennison, Alessandra Brandão, Ramayana Lira, Andréa França e Jean Paul Esquenazi completam de maneira considerável esta proposta de reflexão sobre as invenções das cinematografias contemporâneas e dos Novos Cinemas. |
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Bibliografia | DAGNAUD, Monique et FEIGELSON, Kristian (sous la direction). Bollywood : industrie des images. Collection Théorème. Paris: Presses de la Sorbonne Nouvelle, 2012.
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