ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | O ritmo da montagem nos remixes publicitários de Jonathan McIntosh |
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Autor | Guilherme Bento de Faria Lima |
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Resumo Expandido | Jonathan McIntosh trabalha com fragmentos de vídeos, filmes e áudios na tentativa de uma investigação profunda acerca seus significados dentro de um contexto sociocultural. Durante o processo de edição destes elementos sua perspectiva é estruturar novas e alternativas narrativas. Ou seja, busca ressignificar o material bruto com o qual trabalha criando novas mensagens.
Seu trabalho de remix começa em 2003 com a articulação das imagens da transmissão da Guerra do Iraque com imagens publicitárias de empresas que, de alguma forma, financiavam o desenvolvimento armamentista norte-americano. Desenvolve articulações entre desenhos animados e locuções radiofônicas, trechos de filmes e vídeos institucionais, imagens de debate político e imagens de programa de auditório, entre outras combinações. Sempre com a premissa estética de gerar no espectador uma forma mais crítica de visualizar imagens e, principalmente, mensagens audiovisuais. Na perspectiva de Tarkovski o elemento mais significativo da imagem é o ritmo e a montagem para ser realizada de forma competente deve ser capaz de observar e esculpir o tempo presente no interior de cada frame. O cineasta russo defende que o principal elemento do cinema é o ritmo e a montagem consiste, justamente, em juntar imagens de diferentes durações temporais. Em perspectiva similar, Karen Pearlman, em seu livro Cutting Rhythms, aponta a existência de um discurso comum entre muitos editores que declaram a existência de uma intuição rítmica que, durante o processo de montagem, opera como um elemento essencial para a decisão do corte. Ou seja, o ritmo de cada imagem como aspecto fundamental para realização da montagem. A autora australiana busca investigar, assim, o processo de percepção e os parâmetros que condicionam o pensamento intuitivo. Cabe destacar também que, de acordo com a análise apresentada por George Didi-Huberman, em Sobrevivência dos vagalumes, a sensibilidade do olhar é um fator determinante para a percepção dos lampejos, das histórias menores que permanecem nas entrelinhas das imagens e que podem ser recuperadas através do gesto de reapropriação. As novas informações contidas nas “imagens-vaga-lumes” que podem ser observadas a partir de um outro ritmo, de uma outra articulação. Neste sentido, o presente artigo propõe, através da análise crítica das imagens em diálogo com teorias de montagem que enfatizam o ritmo como elemento preponderante, investigar o processo criativo desenvolvido por Jonathan McIntosh em seus remixes publicitários disponibilizados na Internet. Esta investigação pretende avaliar, também, as opções estéticas do artista ao selecionar e estabelecer conexões entre os arquivos midiáticos selecionados. |
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Bibliografia | DANCYGER, Ken. Técnicas de Edição para Cinema e Vídeo: história, teoria e prática. Rio de Janeiro. Elsevier, 2003.
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