ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | “Mulheres negras: Arquitetando um novo cinema nacional” |
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Autor | Edileuza Penha de Souza |
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Resumo Expandido | A proposta da mesa “Câmera, Luz e Ação – Quando as mulheres negras fazem cinema” é oferecer espaço para visibilizar debates sobre o Cinema Negro no feminino. E analisar como esse conceito “Cinema Negro no Feminino” vem sendo reconhecido no Brasil e no mundo. O objetivo principal é oferecer partes da rica produção de cineastas negras no cinema no Brasil e na África do Oeste e de como essas obras se afirmam com uma nova produção da linguagem audiovisual e, ao mesmo tempo, em que denunciam e combate o racismo, o preconceito e as múltiplas discriminações.
Desde as produções da estadunidense Maya Angelou , da senegalesa Safi Faye e da brasileira Adélia Sampaio a produção de filmes dirigidos por mulheres negras vem crescendo a atuação de mulheres negras como produtoras, realizadoras, montadoras, cenógrafas, roteiristas, câmera e diretoras. Entretanto, a participação das Mulheres negras dentro da indústria cinematográfica ainda é muito pequena é relativamente recente. Ao produzir e dirigir seus filmes, no entanto, as mulheres negras edificam um cinema como espaço de pertencimento e de referência da história e da cultura negra. Seus trabalhos têm possibilitado leitura afetiva, política, geográfica, e construí um cinema fora da estereotipia, possibilitado novas visão de mundo, onde o cinema é entendido como espaço de culturas e identidades, manifestação, expressões e cidadania. Desse modo, o cinema produzido por mulheres negras tem marcado uma territorialidade sedimentada no desenvolvimento humano, criando e recriando mundos e possibilidades. Onde, o fazer cinema se constitui também como principal possibilidade na constituição do indivíduo enquanto parte do coletivo. A mesa “Câmera, Luz e Ação – Quando as mulheres negras fazem cinema”, pretende apresentar um panorama dos filmes dirigidos por mulheres negras Burkina Faso, onde ocorre o Festival Pan-africano de Cinema e Televisão de Ouagadougou (FESPACO) e no Brasil onde ocorre o Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Caribe/Zózimo Bulbul, organizado pelo Centro Afrocarioca de Cinema . Se a representação da imagem da mulher negra no cinema e na sociedade historicamente esteve preso a preconceitos e estereótipos, nota-se que quando as mulheres assumem o comando do fazer cinema elas exercitam a possibilidade de novos olhares e concepções que vai desde a estética e a linguagem a outros fatores mais subjetivos como, identidades e representações. Essas mulheres negras, ao se tornarem cineastas, seja em Burkina ou no Brasil “saíram dos seus lugares”, isto é, do lugar predestinado por um pensamento racista e machista, do lugar da doméstica, da lavadeira, da passadeira, daquela que realiza serviços gerias, para assumirem o lugar do comando das Câmeras, da Luz e da Ação e, do seu próprio protagonismo do fazer cinema |
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Bibliografia | ALMADA, SANDRA. Damas Negras. Sucesso, Lutas, Discriminação (Chica Xavier, Léa Garcia, Ruth de Souza, Zezé Motta). Rio de Janeiro: Mauad, 1995.
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