ISBN: 978-85-63552-15-0
Título | Desenvolvimento de roteiros: considerações e análise de obras seriadas |
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Autor | Layne Pereira |
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Resumo Expandido | É sabido que o mercado audiovisual para salas de exibição sempre foi dependente de políticas de Estado para sua existência, enquanto a televisão se consolidou como indústria (BAHIA e AMÂNCIO, 2010). No entanto, observa-se que a presença de obras nacionais de produção independente ainda é incipiente no setor de televisão, em especial no que tange às obras seriadas.
A partir de setembro de 2012 esse cenário começa a mudar com a regulamentação da Lei 12.485/11. A norma cria, entre outras medidas, uma reserva de mercado na televisão por assinatura, estabelecendo cotas de exibição para o conteúdo nacional. A partir da demanda criada, em uma ação paralela, têm sido disponibilizados recursos crescentes para a produção de obras audiovisuais. Em 2013 foram destinados 50 milhões apenas para a produção de séries de TV e, em 2014, 33 milhões foram direcionados especificamente para o desenvolvimento de roteiros, que inclui a produção de obras seriadas para televisão ou VOD (FSA/ANCINE, 2014). Em resposta à demanda criada, tem-se assistido a uma forte movimentação do mercado e, desde janeiro de 2013 observa-se uma oferta crescente de capacitações na área de desenvolvimento de obras seriadas. Desde o lançamento do Programa Globosat de Desenvolvimento de Roteiristas, que trouxe nomes como Marta Kaufmann (Friends) e Bob McKee, até a criação de cursos específicos para a escritura de séries de TV (Escola Darcy Ribeiro Telezoom, SAV/MinC), a produção de séries tem se destacado no setor audiovisual. Nesse contexto, a presente comunicação tem por objetivo apresentar e discutir os critérios considerados na análise de projetos de desenvolvimento de roteiros, com foco nas especificidades da produção de séries. Embora muitas das habilidades necessárias para a escritura de um roteiro de longa-metragem possam ser aproveitadas na escritura de uma obra seriada, a concepção deste tipo de obra apresenta certas singularidades que a distinguem das demais produções audiovisuais. Nesse sentido, inicialmente serão analisadas as principais diferenças entre o desenvolvimento de uma obra não episódica e uma obra seriada, abordando de forma concisa questões relativas à autoria, que passa a ser conduzida por um showrunner (DOUGLAS, 2011). Serão traçadas, ainda, breves considerações sobre os diferentes critérios envolvidos na avaliação de uma obra seriada de ficção, documental e de animação. A seguir, nos concentraremos nas especificidades envolvidas na concepção de uma obra seriada de ficção. Em um primeiro momento, serão apresentados os modelos de séries mais comuns (antológicas, seriadas e procedurais), destacando suas principais características e citando alguns exemplos de produções contemporâneas nesses gêneros. Posteriormente, destacaremos os aspectos de dramaturgia considerados na criação da série, abordando critérios como: o tema, conceito, conflito central e personagens, visto que esses são aspectos centrais na concepção de uma obra seriada (RABKIN, 2011). Serão discutidas, ainda, questões relativas à estrutura narrativa dessas ficções, cujos atos e pontos de virada passam a ser estruturados em torno dos breaks comerciais, observando a existência de obras com até 5 atos, além do teaser (DOUGLAS, 2011; SEPINWALL, 2013). A comunicação será encerrada com um breve panorama do mercado de desenvolvimento, apresentando alguns números relativos ao mercado nacional de obras seriadas. Nesse contexto, traremos à discussão aspectos relacionados ao processo produtivo, traçando considerações sobre a viabilidade do desenvolvimento e levantando questões sobre as mudanças trazidas com o VOD e os novos estilos de séries. |
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Bibliografia | ANCINE-FSA. Fundo Setorial do Audiovisual – Camadas Públicas Disponíveis. 2014. Disponível em: ttp://fsa.ancine.gov.br. Acesso em: 17/mar/14
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