ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | Cinema brasileiro, mulher e História: representações do feminino |
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Autor | Marcella Grecco de Araujo |
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Resumo Expandido | Nem sempre o cinema foi aceito como um documento histórico rico para análise. Segundo Freire (2006) foi principalmente na França e com o movimento que recebeu o nome de Nova História, ainda em 1920, que se passou a considerar a História mais do que um mero enfileirar de fatos e a debruçar-se sobre outros documentos, não apenas os escritos, para tentar apreender também a mentalidade do povo em questão. O cinema, no entanto, somente passaria a ser utilizado neste sentido em meados de 1960, quando Marc Ferro sistematizou algo que já havia sido indicado há algum tempo por Siegfried Kracauer com o livro De Caligari a Hitler: uma história psicológica do cinema alemão, lançado no ano de 1947, no qual procurou estabelecer paralelos entre o conteúdo da produção cinematográfica alemã do pós Primeira Guerra Mundial e a subida de Hitler ao poder.
O filme de ficção, e não somente o documentário, pode atuar como documento histórico e como agente da História. Como documento ao deixar transparecer, por exemplo, as condições de produção, as tecnologias utilizadas, a abordagem de uma temática, a manipulação de um gênero e o sucesso de comercialização. O filme de ficção é um documento histórico mesmo quando não trata de uma narrativa histórica, pois o fato de ter sido produzido em determinado contexto já nos traz uma série de informações deste contexto. Para mais além podemos dizer também que é um agente da História, pois em cada produção pode-se encontrar mais do que o que já é conhecido e divulgado pela História oficial. Detalhes e minúcias deixadas de lado e filmes até então pouco explorados podem ter muito a dizer. Dependendo da sociedade que está recebendo a produção, a leitura também tende a mudar. “Desempenhando assim um papel ativo, em contraponto com a História oficial, o filme se torna um agente da História pelo fato de contribuir para uma conscientização.” (FERRO, 2010, p. 11). Buscamos, portanto, relacionar as representações do feminino no cinema brasileiro de ficção com o contexto histórico em que os filmes foram produzidos, especialmente com relação a uma história do feminismo no Brasil. Para tanto, fazemos uso de três filmes: Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina, Um Céu de Estrelas (1996), de Tata Amaral e Trabalhar Cansa (2011), de Juliana Rojas e Marco Dutra. |
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Bibliografia | BARROS, José D'Assunção; NÓVOA, Jorge (orgs.). Cinema-História: teoria e representações sociais no cinema. Rio de Janeiro: Apicuri, 2008.
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