ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | O Polo Cinematográfico de Paulínia na História da Arte Contemporânea |
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Autor | Cleber Fernando Gomes |
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Resumo Expandido | A cidade de Paulínia começa a planejar o desenvolvimento do Polo Cinematográfico a partir do ano de 2005 através do Projeto Paulínia Magia do Cinema (PACHECO, 2009, p.05). Em 2008 dá início a produção de filmes, se consolidando como um dos principais espaços para produções audiovisuais no país. A estrutura do Polo Cinematográfico é composta por quatro estúdios, escritórios temporários, motor home (casa motorizada), e uma escola para formação técnica na área de cinema. Essa estrutura cinematográfica já serviu de base para produção de vários filmes com projeção nacional e internacional.
De acordo com Magenta (2012), o Polo Cinematográfico de Paulínia (SP) foi idealizado com investimentos aproximados em mais de quatrocentos milhões de reais e está localizado em uma área total de 2,5 milhões de m², tendo um orçamento total de R$ 2 bilhões previstos para sua conclusão até o ano de 2023 (o prazo pode ser reduzido se houver investimentos privado). Sua estrutura foi projetada para concentrar 18 km de monotrilho (sendo três dentro do próprio complexo), 2 parques temáticos, 1 parque aquático, além de 5 hotéis (com mil apartamentos no total). No período de 2007 a 2010, foram distribuídos R$ 38,8 milhões para realização de 42 filmes com temáticas diversificadas, alguns destes com sucessos de bilheteria. Para Ismail Xavier (2001, p.14) o cinema moderno brasileiro é composto por uma “pluralidade de tendências”. Desse modo, entende-se que em um Polo Cinematográfico há produções diversificadas de filmes que vão se inserir no âmbito social influenciando as consciências coletivas. Para Xavier (2001, p.15) a prática do cinema cria “instância de reflexão e crítica” em diversas partes do mundo vitalizando a cultura. Do ano de 2009 a 2012, mesmo funcionando parcialmente, houve uma produção variada de filmes no Polo de Paulínia, dos quais alguns conseguiram projeção global, mostrando na tela obras cinematográficas de diferentes gêneros. Em Minuano (2013) constatamos que reativação do Polo Cinematográfico é confirmada pela administração pública, inclusive, realizando no mês de julho de 2014 o 6º Paulínia Film Festival, além de reativar a escola de animação e relançar os editais para produções de curtas e longas-metragens, previstos para o ano de 2015. Mas, segundo Genestreti (2015), o festival de cinema da cidade foi novamente suspenso neste ano, assim como o edital de R$ 8 milhões lançado para a realização de oito filmes. Nesse caso, observamos uma disputa política e histórica que afeta diretamente investimentos em uma área importante da cultura brasileira. Embora o cinema seja um objeto de reflexão crítica e uma mercadoria com seus valores disponíveis na sociedade capitalista, considera-se também que o cinema é um objeto importante do patrimônio cultural do Brasil. Para tanto, Funari & Pelegrini (2006, p.29) vão salientar que a preservação do patrimônio cultural na América Latina pode ser uma forma de desenvolvimento sustentável para as cidades que possuem centros culturais. Dentro desse contexto, é possível entender que um Polo Cinematográfico é considerado um centro cultural porque produz bens culturais, materiais e imateriais. Consequentemente esses bens culturais também estão ligados aos dados econômicos, uma vez que as atividades culturais geram direta e indiretamente diversos recursos financeiros, além de postos de trabalho e mão de obra especializada. Esse fenômeno inerente a cultura fílmica também traz reflexões sobre a indústria cinematográfica – um setor econômico e cultural que tem gerado números extraordinários. Contudo, no Brasil não temos uma indústria cinematográfica consolidada. Segundo Autran (2009, p.02) “o cinema brasileiro é algo descontínuo (...) nunca conseguiu se industrializar efetivamente, limitando-se a alguns surtos de produção”. Essa tendência contrária a industrialização do setor cinematográfico no Brasil é resultado de um pensamento político e ideológico que predominou por alguns períodos e/ou ciclos no país. |
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Bibliografia | AUTRAN, Arthur. O pensamento industrial cinematográfico brasileiro. Instituto de Artes / Universidade Estadual de Campinas: Campinas, 2004.
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