ISBN: 978-85-63552-17-4
| Título | Mulher, sexualidade e empoderamento: Decálogo, de Krzysztof Kieslowsky |
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| Autor | Gabriela Santos Alves |
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| Resumo Expandido | A partir dos episódios “Não invocarás o santo nome de Deus em vão”, “Não cometerás adultério” e “Não desejarás a mulher do próximo”, da série televisiva Decálogo (1989), de Krzysztof Kieslowski, objetiva-se uma reflexão sobre ressignificações da conduta feminina nessas três narrativas. Seguindo uma lógica contrária à adotada pelo melodrama clássico - que em geral valoriza papeis femininos tradicionais, quando as mulheres aparecem somente como donas de casa, envolvidas com os cuidados com a casa e os filhos e/ou a espera de um amor romântico e salvador, Kieslowski aposta em personagens emancipadas, condutoras de suas vidas pessoal e profissional e que exercem sua sexualidade sem traumas. Assume-se que, assim como o gênero, a sexualidade também é política. E a sexualidade feminina na proposta kieslowskiana não é tratada como instrumento de repressão e constrangimento mas como um terreno de experimentação, autonomia e prazer, questionado, dessa forma, uma estrutura patriarcal opressora.
A crítica de Kieslowski aos 10 mandamentos é marcada por suas já clássicas características: dramaturgia do cotidiano e estética do acaso. Nesses três episódios, ele contribuiu para o papel que as ficções desempenham no interior da reflexão sobre caminhos, modelos e contradições em que as mulheres normalmente se encontram. Parto aqui da compreensão do feminismo como a tomada de consciência feminina da situação culturalmente oprimida e minoritária das mulheres, particularmente na condução de seu discurso e de sua prática no espaço público, especificamente a partir da segunda metade do século XX. Assim, acredito que narrativas que expressam ideais de autonomia, emancipação e empoderamento feminino merecem reflexão. Já o conceito de empoderamento, amplamente utilizado nos discursos atuais, acadêmicos ou não, é entendido a partir das proposições de Batliwala (1997), para quem a emancipação da mulher está relacionada à compreensão e questionamento das relações de poder entre os gêneros, em especial o patriarcado, objetivando mudanças estruturais individuais e coletivas que possam garantir à mulher autonomia de pensamento e ação. Essa ressignificação se constrói via conflito, caminho que garante também aos homens a superação das relações desiguais de poder. |
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| Bibliografia | 100 Questões a Krzysztof Kieślowski (1989). Extras do DVD Decálogo, Versátil Home Vídeo, 2009.
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