ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | O espectador visto pelos cineastas: F. Lopes, P. Rocha e J. César Monteiro |
|
Autor | André Rui Nunes Bernardes da Cunha Graça |
|
Resumo Expandido | A presente comunicação tem como objectivo abordar e compreender melhor a forma como três realizadores portugueses do núcleo duro do revolucionário "Cinema Novo Português" encararam o espectador, em específico, e o público, em geral, enquanto receptores finais das suas obras. Mais do que entender a relação destes cineastas com as audiências, este texto procura compreender a sua própria concepção de espectadores e a forma como teorizaram a sua intervenção no espaço público - que é o espaço do público.
Com efeito, estes três realizadores (Fernando Lopes, Paulo Rocha e João César Monteiro) demonstraram ao longo das suas carreiras opiniões muito peculiares e díspares acerca desta matéria. Daí o interesse em sistematizar o seu pensamento, lê-lo de forma crítica e promover o diálogo entre concepções diferentes. Adicionalmente, esta investigação torna-se tão mais relevante quando considerada a questão do factual insucesso comercial do cinema português e das vitórias diversas obtidas no circuito de festivais. É portanto neste contexto de um cinema em geral particularmente propenso a manifestações mais autorais que importa enquadrar os pensamento dos cineastas acerca da(s) plateia(s). Sendo a questão comercial tão relevante e tão amplamente mencionada, importa entender a gestão deste tópico por parte dos cineastas. Num primeiro momento, será feita uma introdução que terá por base uma descrição metodológica acerca da teoria dos autores, bem como uma explanação dos diferentes tipos de cinema praticados por estes cineastas. De seguida, com recurso a testemunhos por fontes directas (entrevistas, documentários, textos escritos - por vezes encontrados em compilações ou incluídos em trabalhos de investigação) proceder-se-á a uma montagem (ou desmontagem) crítica do que foi dito sobre o espectador por parte destes cineastas. De modo a nunca se perder na linha de horizonte o panorama geral, o enquadramento histórico do cinema em Portugal perpassará toda esta investigação. Nesse sentido, serão apresentadas estatísticas acerca do número de espectadores. Por fim, a conclusão procurará não só compreender o caso específicos destes cineastas, mas também a forma como estes contributos, através de filtragem teórica, podem contribuir para os debates correntes sobre o espectador. |
|
Bibliografia | Areal, Leonor. (2012). Cinema Português: um país imaginado. Lisboa: Edições 70.
|