ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | O Estado e a exibição: um estudo comparativo entre Argentina e Brasil |
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Autor | Adil Giovanni Lepri |
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Resumo Expandido | No Brasil o mercado de exibição cinematográfica sempre operou de forma particular e específica, e o Estado teve certa relação com este braço da cadeia produtiva da atividade cinematográfica pelo menos desde os anos 30, no entanto raramente atuou de fato como um agente do setor ou se envolveu diretamente neste mercado.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine) mais da metade das salas de exibição do país(1.592) estão em cidades com mais de 500.000 habitantes, em 2013 , além disso as regiões Sul e Sudeste concentram mais de 2/3 de todas as salas do país(1.952). Mesmo com o aumento significativo e contínuo do número de salas no país, hoje temos 2.678 salas , é preciso relativizar este número. Se compararmos com a população do país temos um número de cerca de 75 mil habitantes por sala , um número enorme se comparado com a vizinha Argentina que no ano passado contava com cerca de 47 mil habitantes por sala . Tendo em vista estes dados, neste trabalho pretendemos fazer uma análise da relação do Estado com o setor da exibição, comparando as políticas e realidades do Brasil e da Argentina no que tange este braço da cadeia produtiva do cinema. Pretendemos realizar um estudo de caso de duas iniciativas específicas, uma de cada país, analisando-as levando em conta o histórico das políticas cinematográficas dos dois países na última década. A forma como atuam os organismos de regulação e fomento do cinema e audiovisual nos países, a Ancine no Brasil e o Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales(INCAA) na Argentina, evidenciam diferenças na conceituação da relação do Estado com a atividade cinematográfica e audiovisual, principalmente com relação ao fato de que a Ancine não regula o mercado de TV aberta e o INCAA sim, mas ao mesmo tempo temos resultados similares no que tange à fatia de mercado do cinema nacional nos dois países mas muito diferentes com relação ao setor da exibição. O filme nacional tem participação na fatia de mercado de cerca de 15% na Argentina em 2013 , e cerca de 18% no Brasil no mesmo ano . No entanto com relação a exibição temos larga vantagem da Argentina, que conta com um número maior de salas por habitante porém sofre com concentração de salas em algumas províncias, assim como no Brasil, contando com 22% das salas apenas na Grande Buenos Aires , por exemplo. Faremos dois estudos de caso, no caso do Brasil trataremos do circuito CineCarioca, de posse da Rio Filme, empresa pública da prefeitura do Rio de Janeiro, mas operado pela iniciativa privada. Já no caso argentino o exemplo é o programa Espacios INCAA, que é uma rede de salas de cinema operadas em parcerias público-privadas, ou público-público no caso de iniciativas de governos locais, que termina o ano de 2013 com 47 salas espalhadas por todo o território nacional. A intervenção do Estado na atividade cinematográfica e audiovisual na Argentina e no Brasil possui uma série de interseções, principalmente no campo da produção. No setor da exibição no entanto há similaridades e apontamentos parecidos, a preocupação com o número de salas e o acesso a elas por regiões mais periféricas a nível nacional é um deles, porém as iniciativas do órgão de regulação e fomento da Argentina nesse sentido são mais ousadas e estruturais, com uma participação mais ativa da parte do Estado. |
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Bibliografia | ARGENTINA. INCAA – Anuário 2013 |